
Implante para a coluna
Uma colaboração inusitada, entre pesquisadores de engenharia civil e de neurocirurgia, está desenvolvendo o primeiro implante espinhal autoalimentado do mundo, capaz de funcionar sem baterias e ainda transmitir dados em tempo real a partir do interior do corpo.
Esta inovação visa resolver um problema crítico na recuperação de cirurgias de fusão espinhal: A incapacidade de monitorar de forma contínua e sem radiação o processo de cicatrização. Atualmente, cerca de um milhão de pessoas por ano são submetidas a este procedimento, e a sua evolução é monitorada apenas através de raios X e pelos sintomas relatados pelo paciente, um método reativo e limitado às visitas ao médico.
A ideia agora consiste em adaptar para uso médico uma tecnologia originalmente criada para monitorar pontes e outras infraestruturas civis.
Jianzhe Luo e colegas da Universidade de Pittsburgh (EUA) desenvolveram uma "gaiola" intervertebral, feita de metamateriais inteligentes que, sem necessidade de baterias ou eletrônica, gera a sua própria energia através do movimento e pressão naturais da coluna.

Roteador sem bateria
O implante funciona como um roteador em miniatura, transmitindo um sinal sem fios para um receptor externo. À medida que a vértebra cicatriza e a carga sobre o implante diminui, o sinal se altera, fornecendo uma informação direta sobre a consolidação óssea.
"Sem baterias, sem antenas, sem componentes eletrônicos in vivo - sem problemas!," disse o professor Amir Alavi. "Ao combinar o projeto de metamateriais com a coleta de nanoenergia, criamos implantes totalmente livres de baterias e componentes eletrônicos que se alimentam por meio de eletrização por contato. Eles se adaptam a cada paciente e transmitem sinais sem fio como um mini roteador dentro do corpo."
As potenciais aplicações do novo implante são transformadoras, permitindo que os médicos monitorem a recuperação dos pacientes remotamente e em tempo real, intervindo proativamente ao primeiro sinal de complicações. Além de tornar os cuidados de saúde mais conectados e seguros, a tecnologia poderá ser adaptada para outros implantes ortopédicos e, futuramente, até para fornecer estimulação elétrica que acelere a fusão óssea.
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