
Sertralina
Um antidepressivo largamente receitado pelos médicos e psiquiatras pode alterar a estrutura cerebral de pacientes deprimidos e não-deprimidos de formas muito diferentes.
Isto levanta preocupações importantes porque esse antidepressivo está sendo receitado para outras condições médicas que não a depressão, gerando efeitos fisiológicos colaterais significativos no cérebro desses pacientes.
O estudo revelou que o antidepressivo sertralina, um inibidor seletivo da recaptação da serotonina (ISRS) comercializado com o nome de Zoloft, aumentou significativamente o volume de uma região do cérebro em indivíduos deprimidos, mas diminuiu o volume de duas áreas do cérebro em indivíduos não-deprimidos.
O problema é que essa categoria de antidepressivos - incluindo a sertralina - está sendo receitada para condições como bulimia, ondas de calor, transtorno obsessivo-compulsivo, estresse pós-traumático, recuperação de derrames e disfunção sexual, ainda que não existam estudos sobre o efeitos dessas drogas sobre os volumes cerebrais desses pacientes sem diagnóstico de depressão.
Antidepressivo para pessoas sem depressão
Neuroimagens feitas após um tratamento padrão com o medicamento revelaram que, nos indivíduos deprimidos, a droga aumentou significativamente o volume de uma região do cérebro, a parte anterior do córtex cingulado, enquanto diminuiu o volume desta região e do hipocampo nos indivíduos não-deprimidos.
O crescimento da região nos pacientes deprimidos era esperado porque os cientistas acreditam que os inibidores da recaptação da serotonina combatem a depressão induzindo o crescimento neural e a conectividade nessas regiões do cérebro.
"Essas observações são importantes para a saúde humana porque o Zoloft é largamente receitado para um grande número de desordens além da depressão," disse Carol Shively, do Centro Médico Batista Wake Forest (EUA), cuja equipe analisou o efeito do medicamento no cérebro de primatas não-humanos com estruturas e funções cerebrais semelhantes às dos seres humanos.
"Os resultados precisam ser mais investigados em populações de pacientes para ver se essas drogas produzem efeitos similares em humanos," recomendou Shivley.
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