29/05/2019

Sentimos mais inveja de coisas que ainda não aconteceram

Redação do Diário da Saúde

O tempo e a inveja

Nós temos mais inveja de algo bom que acontece a outra pessoa antes que a coisa aconteça do que depois que o fato já passou.

"Eventos invejáveis perdem algum poder sobre nós uma vez que esses eventos estejam em nosso passado. Isso ocorre mesmo quando as pessoas são deixadas por conta própria - em nossos estudos, não instruímos os participantes a se engajarem em qualquer tarefa ou estratégia de distração em particular, e ainda assim eles se sentiam melhor à medida que o tempo passava," contam Ed O'Brien, Alexander Kristal e Eugene Caruso, da Universidade de Chicago (EUA).

Pesquisas anteriores mostraram que geralmente tendemos a ter emoções mais intensas sobre eventos futuros do que os anteriores - uma festa parece mais excitante e um exame parece mais estressante se ambos forem acontecer amanhã do que se tiverem ocorrido ontem.

A inveja é uma emoção interessante porque pode motivar resultados negativos, como auto-antipatia, e também resultados positivos, como se sentir inspirado.

Os três psicólogos convidaram 620 voluntários - incluindo estudantes universitários, adultos das redondezas da universidade e participantes on-line - e pediram que eles imaginassem um amigo próximo tendo experiências que os participantes desejavam, como tirar as férias dos sonhos, ser promovido e comprar o carro que eles mais desejavam. Alguns tinham que imaginar como se sentiriam sobre os vários cenários nos dias e semanas antes de eles acontecerem; outros deviam imaginar como se sentiriam nos dias e semanas após os eventos.

Os resultados mostraram que o momento, mesmo quando se pensa em cenários hipotéticos, importa bastante. Os participantes avaliaram as experiências, que eram idênticas, menos invejáveis depois de terem acontecido do que antes de acontecerem.

Inveja benigna e a inveja maliciosa

Curiosamente, a inveja benigna e a inveja maliciosa parecem ter diferentes dinâmicas temporais.

Os participantes que imaginaram como se sentiriam nos dias e semanas após o evento invejável relataram menos inveja maliciosa - incluindo menos frustração, antipatia e má vontade - do que aqueles que imaginaram seus sentimentos nos dias e semanas que antecederam o evento.

Mas os participantes imaginaram sentir níveis semelhantes ou até maiores de inveja benigna - incluindo inspiração, motivação e gosto - quando pensaram no evento como já tendo passado.

"Pesquisas anteriores sugeriram, de maneira uniforme, que os eventos no futuro provocarão reações mais extremas porque é mais relevante prestar atenção em coisas que ainda podem nos acontecer," comentou O'Brien. "Mas nossos resultados sugerem que a passagem do tempo pode estar particularmente ligada à redução da intensidade das experiências negativas, em vez de reduzir a intensidade de todas as experiências."

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