Satisfação no emprego
Às vezes, no trabalho, não se trata apenas de segundas-feiras: Infelizmente, em muitos períodos o nível de insatisfação pode perdurar além do início da semana.
Susana Ferreira e seus colegas da Universidade da Geórgia (EUA) descobriram que é bom começar a prestar atenção nesses períodos porque a felicidade dos funcionários contém informações econômicas críticas para a empresa, o que é importante não apenas para o trabalhador, mas também para os empregadores e mesmo para os formuladores de políticas.
Tradicionalmente, espera-se que os trabalhadores sejam remunerados de forma justa por suas condições de trabalho, uma premissa que segue um modelo salarial hedônico. Essa perspectiva positiva se baseia em condições perfeitas de emprego e mercado de trabalho e pressupõe que os trabalhadores sejam racionais, plenamente informados sobre as condições do local de trabalho e possam mudar de emprego livremente.
Como se sabe que esses pressupostos dos economistas estão muito longe da realidade, Susana tentou entender a satisfação com o emprego usando um modelo de gratificação geral, que leva em conta satisfação no trabalho, salários e ambiente de trabalho.
Ao analisar dados de quase 35.000 trabalhadores europeus de diversos empregos e setores em 30 países, Susana constatou um padrão em relação a como esses trabalhadores se sentem em relação aos seus empregos: De fato existem compensações entre as condições de trabalho e a remuneração, mesmo em circunstâncias em que os mercados de trabalho são rígidos e os trabalhadores podem se sentir "presos" em seus empregos.
O surpreendente é que, em média, os trabalhadores que enfrentam maiores riscos recebem salários menores. Não era o esperado.
"Pessoas com salários mais baixos estavam muito menos satisfeitas com seus empregos. Pessoas que enfrentam riscos maiores estavam menos satisfeitas com seus empregos. Pessoas que enfrentam condições piores estavam menos satisfeitas com seus empregos," resumiu a pesquisadora.
A lição a se levar para os dirigentes das empresas é que a satisfação no local de trabalho é muito mais crucial do que os empregadores acreditam. Salários mais altos e um ambiente de trabalho mais seguro podem ter um impacto imenso na satisfação dos trabalhadores. E trabalhadores mais felizes podem significar muitas coisas boas para a própria empresa.
"Prestar atenção aos sentimentos das pessoas é importante," disse Susana. "Perguntar aos trabalhadores em geral sobre como eles se sentem e coletar dados subjetivos de bem-estar contém muitas informações econômicas importantes que tendem a ser ignoradas pelos economistas."
E essas informações negligenciadas podem tornar o ambiente de trabalho mais produtivo e, em última análise, levar a amplos benefícios econômicos para todos.
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