02/09/2008

Técnica de imageamento futurística permitirá cirurgias de câncer precisas

Charmayne Marsh
Técnica de imageamento futurística permitirá cirurgias de câncer precisas

[Imagem: John V. Frangioni]

Novo sistema de imagens médicas

Os cirurgiões que operam tumores cancerígenos hoje trabalham "às cegas", sem uma forma clara de determinar em tempo real se eles removeram todo o tecido doente, o que é uma peça chave para o sucesso da cirurgia.

Agora, cientistas norte-americanos apresentaram os primeiros testes clínicos de um novo sistema de imageamento que destaca o tecido canceroso no corpo, de forma que os cirurgiões possam facilmente ver e remover o tecido doente, com menos danos ao tecido sadio ao redor do tumor.

Vendo o tumor durante a cirurgia

A técnica é particularmente promissora para melhorar as cirurgias de cânceres de mama, próstata e pulmão, cujos limites do tumor são difíceis de se demarcar quando eles estão em estágio avançado, afirmam os pesquisadores. As imagens também ajudarão os cirurgiões a evitar o corte de estruturas críticas, como vasos sangüíneos e nervos.

"Com esta técnica é realmente a primeira vez que os cirurgiões de câncer podem ver estruturas que de outra forma estariam invisíveis, oferecendo uma cirurgia verdadeiramente guiada por imagens," diz o Dr. John Frangioni. "Se nós pudermos ver o câncer, nós teremos uma chance de curá-lo."

Cirurgia e exploração assistida por fluorescência

O sistema é chamado FLARE (Fluorescence-Assisted Resection and Exploration - cirurgia e exploração assistida por fluorescência). Em desenvolvimento há mais de 10 anos, o equipamento portátil consiste de um sistema de imagens na faixa do infravermelho próximo (NIR), um monitor de vídeo e um computador.

"O sistema não tem partes móveis, usando LEDs em vez de lasers para excitação, não tem contato com o paciente e é esterilizado," diz Frangioni.

Iluminando as células doentes

Esse sistema único utiliza corantes químicos especiais, chamados fluoróforos infravermelhos, que são projetados para se ligar a estruturas específicas, como células cancerosas, quando o contraste é injetado no paciente.

Quando exposto à luz infravermelha, que é invisível ao olho humano, o contraste ilumina a célula cancerosa e surge no monitor de vídeo. Imagens dessas células cancerosas brilhantes são então superpostas sobre as imagens do campo de cirurgia, permitindo que os cirurgiões vejam facilmente as células cancerosas mesmo contra um fundo abarrotado de sangue ou outras estruturas anatômicas.

Fluoróforos

No futuro, poderão ser desenvolvidos fluoróforos para destacar nervos e vasos sangüíneos em uma cor, enquanto as células cancerosas serão mostradas em outra cor, permitindo que múltiplas estruturas sejam visualizadas mais facilmente de forma simultânea, diz Frangioni.

"O futuro da tecnologia agora está realmente nas mãos da química," explica ele. "Nós temos que desenvolver agentes para tumores específicos, nervos ou vasos sangüíneos que nós queiramos visualizar."

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