27/11/2018

Aparelho promete imunoterapia sem efeitos colaterais

Redação do Diário da Saúde
Aparelho promete imunoterapia sem efeitos colaterais
Menor do que um grão de arroz, esse pequeno dispositivo promete acelerar as pesquisas com a controversa imunoterapia.
[Imagem: Houston Methodist]

Aplicador de imunoterapia

Este microaparelho promete aplicar tratamentos de imunoterapia diretamente onde ele é necessário.

Desenvolvido pela equipe do professor Alessandro Grattoni, do Instituto de Pesquisa Metodista de Houston (EUA), o minúsculo aparelho é menor do que um grão de arroz e, uma vez inserido dentro de um tumor, libera o medicamento pouco a pouco do seu reservatório.

Além de concentrar o tratamento em um único procedimento médico, a expectativa é que a ação direta no local a ser tratado diminua os riscos de efeitos colaterais danosos, como é típico da imunoterapia e também da quimioterapia.

"Com esta pesquisa, estamos tentando estabelecer uma nova estratégia para administrar a imunoterapia diretamente em um tumor, em vez de entregá-la a todo o corpo de um paciente," disse Grattoni. "E estamos tentando entender se a aplicação desta maneira seria realmente mais eficaz e teria menos efeitos colaterais do que a imunoterapia convencional, que hoje é aplicada a todo o corpo do paciente".

Imunoterapia polêmica

A imunoterapia ainda é uma técnica em desenvolvimento, bastante controversa entre os cientistas e médicos - por exemplo, por ser duas vezes menos eficaz nas mulheres e por mexer perigosamente com o sistema imunológico -, mas deverá ganhar bastante atenção depois que os pesquisadores que a criaram ganharam o Nobel de Medicina em 2018.

Curiosamente, Grattoni e sua equipe decidiram testar seu aplicador de imunoterapia contra o câncer de mama triplo negativo, um câncer agressivo para o qual não existe atualmente uma boa abordagem terapêutica - ocorre que o câncer de mama é considerado não-imunogênico, o que significa que ele pode não responder bem à imunoterapia.

A próxima fase da pesquisa continuará sendo feita em camundongos, como nesta primeira demonstração, e envolverá a combinação do aparelho com radioterapia.

"Esperamos saltar para os pacientes dentro de três anos," disse Grattoni. "Nós definitivamente melhoraríamos o que existe atualmente e o que outros grupos já estão estudando."

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