11/07/2013

Biofio cria células cardíacas artificiais em laboratório

Redação do Diário da Saúde
Biofio cria células cardíacas artificiais em laboratório
Diversos nanofios são montados em uma estrutura (ao fundo) para permitir o crescimento de um número suficiente de cardiomiócitos, que passam a pulsar autonomamente depois que são retirados do aparelho.
[Imagem: Milica Radisic]

Um "biofio" - um fio elétrico que não é metálico, mas biológico - está ajudando a desenvolver células cardíacas em laboratório.

Estas células poderão ser usadas como implantes ou "curativos" para tratar uma série de doenças do coração.

A Dra. Milica Radisic, da Universidade de Toronto, no Canadá, explica que não se pode obter cardiomiócitos - as células cardíacas - para tratamentos retirando-as de doadores.

Assim, a saída é cultivar essas células artificialmente em laboratório, uma tarefa que tem-se mostrado extremamente difícil.

Coração em um fio

A abordagem desenvolvida pela equipe canadense consiste em imitar os batimentos cardíacos do feto humano em desenvolvimento, replicando condições que permitem que as células-tronco se diferenciem em células cardíacas perfeitas.

Esses "batimentos" artificiais são na verdade pulsos elétricos ritmados transmitidos ao longo de um biofio, uma estrutura produzida a partir da seda do bicho-da-seda.

O biofio funciona como um marcapassos, estimulando as células a crescer, interconectar-se e começar a bater espontaneamente, seguindo o ritmo da pulsação induzida eletricamente.

A chave para o sucesso da maturação das células cardíacas, segundo os pesquisadores, está na forma como os pulsos são aplicados.

A técnica consistiu em imitar as condições que ocorrem naturalmente no desenvolvimento biológico - em essência, simular a forma como os batimentos cardíacos fetais se comportam antes do nascimento, aumentando paulatinamente a pulsação no biofio de zero até 360 batimentos por minuto ao longo do processo.

"Um dos maiores desafios para transplantar esses curativos é fazer as células sobreviverem," disse a Dra. Sara Nunes, coautora do trabalho. "Para isso, elas precisam de vasos sanguíneos. Nosso próximo desafio será colocar a vascularização juntamente com as células cardíacas."

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