05/06/2019

Calor produzido pela luz queima células do câncer

Com informações da Agência Fapesp
Calor produzido pela luz queima células do câncer
Técnica desenvolvida na USP de São Carlos emprega luz infravermelha para liberar materiais fotoativos e antitumorais no interior do organismo e induzir a morte de células cancerosas por hipertermia.
[Imagem: Marangoni et al. - 10.1021/acsabm.8b00603]

Queimar o câncer com luz

Um método otimizado para o tratamento de tumores baseado no uso do calor produzido pela luz (fototermia) foi desenvolvido por pesquisadores da USP de São Carlos (SP).

A técnica consiste em usar nanocápsulas feitas com membranas obtidas de células cancerosas para transportar medicamentos antitumorais e nanomateriais fotoativos (ativados pela luz) até o tumor.

Ao serem irradiadas por luz infravermelha, as nanocápsulas de membrana se rompem e liberam o medicamento presente em seu interior. O calor gerado pela luz promove o aquecimento do material fotoativo, induzindo a morte das células tumorais por hipertermia, ou excesso de calor.

"Desenvolvemos um nanocarreador que pode ser um potencial candidato para melhorar o transporte, a liberação e a ativação de fármacos usados no tratamento do câncer por fototermia", disse o professor Valtencir Zucolotto, que desenvolveu a técnica juntamente com sua colega Valéria Spolon Marangoni.

Teranóstico

O novo sistema foi desenvolvido a partir de nanopartículas feitas de materiais chamados de teranósticos - com aplicações simultâneas em terapia e em diagnóstico - desenvolvidos pelos pesquisadores nos últimos anos.

Ao serem colocadas no sistema circulatório, essas nanopartículas tendem a migrar e a se incorporar a células tumorais. Sua localização no organismo pode ser mapeada por meio de tomografia, ressonância magnética ou de espectroscopia fotoacústica.

Uma vez visualizadas, é possível promover o aquecimento das nanopartículas por um ímã - se elas possuírem um núcleo magnético - ou por fototermia - luz infravermelha -, a fim de promover a morte das células tumorais a que estão incorporadas.

"Ao serem irradiadas por luz infravermelha, nanopartículas de óxido de grafeno incubadas em células Hela [tipo de célula 'imortal', que pode ser cultivada em laboratório indefinidamente], por exemplo, promovem um aquecimento de oito a 12 graus nessas células, induzindo-as à morte," disse Zucolotto.

Além do grafeno, os pesquisadores têm usado ouro para criar as nanopartículas teranósticas nas formas de estrelas e de bastões. Com esses formatos, explicaram, o nanomaterial se torna capaz de absorver luz no infravermelho e promover o aquecimento.

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