26/12/2014

Células-tronco do próprio paciente cicatrizam córnea

Redação do Diário da Saúde
Células-tronco do próprio paciente cicatrizam córnea
Médicos já consideram a possibilidade de realizar transplantes de olhos inteiros.
[Imagem: Ottawa Hospital Research Institute]

Tratar o embaçamento na visão gerado por uma cicatriz na córnea pode ser tão simples quanto aplicar no local da lesão células-tronco extraídas de uma pequena biópsia do outro olho.

Este experimento teve sucesso com células humanas implantadas em camundongos, em um teste realizado por pesquisadores da Universidade de Pittsburgh (EUA) e publicado na revista Science Translational Medicine.

Apesar dos inúmeros problemas levantados pelos testes iniciais com tratamentos de células-tronco, a equipe acredita que este estudo traz esperança de diminuir a necessidade de transplantes de córnea.

Células-tronco oculares

Sayan Basu e seus colegas já haviam desenvolvido uma técnica para a obtenção de células-tronco oculares a partir de pequenas biópsias feitas na superfície do olho e em uma região entre a córnea e a esclera, conhecida como limbo. A remoção de tecido dessa região cicatriza rapidamente com pouco desconforto e sem interrupção da visão.

Depois de coletar biópsias de olhos humanos em bancos de doação de órgãos, a equipe ampliou o número de células em uma placa de cultura usando soro humano para nutri-las. Eles realizaram vários testes para verificar se essas células eram, de fato, células-tronco da córnea.

As células-tronco humanas foram então implantadas em camundongos com lesões na córnea. A equipe usou um gel de fibrina, uma proteína encontrada em coágulos de sangue que é comumente utilizada como adesivo cirúrgico, para colar as células no local da lesão.

Sem rejeição

As córneas danificadas dos camundongos cicatrizaram e ficaram claras novamente quatro semanas após o tratamento, enquanto a visão dos animais não tratados permaneceu nublada.

"Usando as próprias células do paciente, retiradas por esse processo do olho não atingido, poderia superar as preocupações com a rejeição [de transplantes]," disse o Dr. Basu. "Isto pode ser muito útil, particularmente em lugares que não têm bancos de tecido corneal para transplante."

A equipe já planeja testar a técnica em humanos.

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