
Lisergida
Cientistas da Universidade da Califórnia de São Francisco (EUA) anunciaram que uma única dose de um medicamento derivado da droga psicodélica LSD pode reduzir drasticamente os sintomas da ansiedade generalizada, um distúrbio debilitante que afeta milhões de pessoas.
O LSD - dietilamida do ácido lisérgico (do alemão LySergsäureDiethylamid) - é uma droga psicodélica sintetizado pela primeira vez em 1938 pelo químico Albert Hofmann, que trabalhava em uma empresa farmacêutica suíça. A substância foi inicialmente desenvolvida como parte de um programa de pesquisa de derivados do ácido lisérgico, obtido do ergot (um fungo que cresce no centeio).
Mas agora Reid Robison e seus colegas testaram uma versão farmacêutica do LSD, chamada MM120, ou lisergida, em pacientes com ansiedade generalizada, de moderada a severa.
Os resultados mostraram que uma única dose foi capaz de reduzir os sintomas em 5 a 6 pontos em uma escala de 56, um efeito considerado clinicamente significativo e suficiente para que alguns pacientes passassem de uma classificação "moderada" para "leve" do transtorno.
Na verdade, o efeito é muito superior ao de qualquer medicamento disponível hoje para a condição.

Ansiedade Generalizada
A ansiedade generalizada é um distúrbio persistente e excessivo, que vai muito além da preocupação cotidiana, gerando sintomas físicos como tensão muscular, taquicardia e insônia. Ela pode ser incapacitante, fazendo com que os pacientes evitem sair de casa ou mesmo se manter em seus empregos.
Os medicamentos tradicionais, como sertralina (Zoloft) e paroxetina (Paxil), que atuam na serotonina, frequentemente proporcionam um alívio insuficiente, reduzindo os sintomas em média apenas 1,25 ponto na mesma escala - o novo fármaco experimental chegou a marcar 6 pontos.
O MM120 não age como os antidepressivos convencionais. Seu mecanismo principal é promover a neuroplasticidade, a capacidade do cérebro de se reorganizar e formar novas conexões neuronais. Os cientistas acreditam que a substância ajude a quebrar os rígidos padrões de pensamento negativo que caracterizam o transtorno. Ela também aumenta a comunicação entre diferentes regiões do cérebro, potencialmente liberando a mente dos ciclos de ansiedade.
Segundo a equipe, o MM120 se coloca agora como uma potencial opção para pacientes que não respondem às terapias atuais, oferecendo um alívio profundo e duradouro com uma intervenção mínima.
Mas há dificuldades para colocar o medicamento no mercado. Um dos maiores obstáculos é recrutar participantes para os ensaios clínicos necessários para sua aprovação, justamente porque o perfil ideal são pessoas com sintomas tão severos que elas tipicamente relutam em sair de casa, mesmo para participar dos testes.
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