25/06/2025

Cérebro tem batida oculta e mentes mais inteligentes seguem seu ritmo

Redação do Diário da Saúde
Cérebro tem batida oculta e mentes mais inteligentes seguem seu ritmo
Os pesquisadores estavam interessados na capacidade dos participantes de alternar entre regras, um aspecto essencial do processamento inteligente de informações.
[Imagem: Henrike Jungeblut/Luis Ahrens]

Batida cerebral da inteligência

Quando nosso cérebro está sob pressão, alguns sinais neurais começam a se mover em sincronia - como uma orquestra bem ensaiada.

Já sabíamos que o cérebro segue um ritmo quase musical, que ele tem uma preferência por tocar bateria e até que o cérebro tem maestros chamados astrócitos, mas Anna-Lena Schubert e colegas da Universidade de Mainz (Alemanha) demonstraram agora pela primeira vez quão flexível é a sincronia neural, ajustando-se a diferentes situações.

A equipe também descobriu que essa coordenação dinâmica do cérebro está intimamente ligada às habilidades cognitivas. "Sinais específicos na região frontal média do cérebro são melhor sincronizados em pessoas com maior capacidade cognitiva, especialmente durante fases mais exigentes do raciocínio," explicou a professora Schubert.

A pesquisa focou na região médio-frontal do cérebro e na coordenação das chamadas ondas teta. Essas ondas cerebrais oscilam entre quatro e oito hertz e pertencem ao grupo de frequências neurais mais lentas, aparecendo sobretudo quando estamos envolvidos em tarefas mentalmente exigentes ou quando precisamos nos controlar emocionalmente.

Mais inteligência, maior sincronia

Os pesquisadores estavam interessados na capacidade dos participantes de alternar entre regras, um aspecto essencial do processamento inteligente de informações. Por exemplo, eles tinham que apertar um botão para decidir se um número era par ou ímpar e, momentos depois, se era maior ou menor que cinco. Cada troca de regras exigia um ajuste rápido das estratégias mentais, um processo que permitia observar de perto como as redes cerebrais se coordenam em tempo real.

Os voluntários previamente aferidos como tendo maiores habilidades cognitivas demonstraram uma sincronização especialmente forte das ondas teta durante momentos cruciais, particularmente na tomada de decisões. Seus cérebros foram mais capazes de sustentar pensamentos propositais quando mais importava. "Pessoas com conectividade teta mediofrontal mais forte costumam ser mais capazes de manter o foco e ignorar distrações, seja o celular vibrando enquanto você trabalha ou a intenção de ler um livro em uma estação de trem movimentada," detalhou Schubert.

Checagem com artigo científico:

Artigo: Trait characteristics of midfrontal theta connectivity as a neurocognitive measure of cognitive control and its relation to general cognitive abilities
Autores: Anna-Lena Schubert, Christoph Loffler, Henrike M. Jungeblut, Mareike J. Husemann
Publicação: Journal of Experimental Psychology
DOI: 10.1037/xge0001780
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