19/10/2020

Curativo de seda cravejado de diamantes detecta infecção e melhora cicatrização

Redação do Diário da Saúde
Curativo de seda cravejado de diamante detecta infecção e melhora cicatrização
Fibras de seda incrustadas com nanodiamantes (em formato de sementes), formando membranas porosas (verde-azulada). A cor marrom-dourada mostra o crescimento das células da pele no curativo.
[Imagem: RMIT University]

Curativo de diamante

Cientistas desenvolveram um curativo de última geração que pode detectar infecções e melhorar a cicatrização de queimaduras, enxertos de pele e feridas crônicas.

Feito de seda e nanodiamantes, os novos curativos inteligentes detectaram com eficácia a temperatura do ferimento, um sinal precoce de infecção, promoveram a cicatrização e reduziram a infecção de determinadas bactérias.

"O tratamento tradicional de ferimentos representa um desafio significativo para os médicos, que precisam verificar regularmente se há infecções em busca de sinais de vermelhidão, calor e inchaço.

"No entanto, uma vez que esses sinais visuais aparecem, a inflamação e a infecção estão muito avançadas, tornando as terapias ou intervenções substancialmente mais desafiadoras.

"Esta nova tecnologia pode ajudar os médicos a detectar infecções mais cedo e de forma não invasiva, sem o doloroso procedimento de remoção do curativo," disse o Dr. Brant Gibson, da Universidade RMIT (Austrália).

Detectando febre

Para incorporar a capacidade de detecção de calor, a equipe se voltou para os diamantes, que são conhecidos por detectar a temperatura biológica em um nível altamente preciso.

"Incorporando nanodiamantes em fibras de seda, usando um processo de eletrofiação, fomos capazes de desenvolver um curativo de feridas derivado naturalmente que pode detectar infecções," explicou o Dr. Asma Khalid, membro da equipe. "A capacidade de detecção de calor abre a possibilidade de monitoramento de feridas sem contato pelos médicos, que seriam capazes de obter informações sobre o status da ferida a partir da leitura de temperatura do nanodiamante."

Os primeiros testes mostraram que os curativos inteligentes podem detectar os primeiros sinais de infecção e proteger feridas de certas bactérias e infecções, ao mesmo tempo que mantém o fluxo de oxigênio e nutrientes para a área.

"A concretização desta nova tecnologia entusiasmante vai nos fornecer uma solução benéfica e econômica para o desafio crescente de tratamento e cicatrização de feridas," concluiu Khalid.

Checagem com artigo científico:

Artigo: Electrospun Nanodiamond-Silk Fibroin Membranes: A Multifunctional Platform for Biosensing and Wound-Healing Applications
Autores: Asma Khalid, Dongbi Bai, Amanda N. Abraham, Amit Jadhav, Denver Linklater, Alex Matusica, Duy Nguyen, Billy James Murdoch, Nadia Zakhartchouk, Chaitali Dekiwadia, Philipp Reineck, David Simpson, Achini K. Vidanapathirana, Shadi Houshyar, Christina A. Bursill, Elena P. Ivanova, Brant C. Gibson
Publicação: ACS Applied Materials & Interfaces
DOI: 10.1021/acsami.0c15612
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