23/06/2014

Surge esperança de vacina contra síndromes respiratórias graves

Redação do Diário da Saúde
Surge esperança de vacina contra síndromes respiratórias graves
Segundo o Dr. Andrew Mesecar, este é um primeiro passo para a criação de uma vacina contra os vírus da SARS e MERS, entre outros.
[Imagem: Steven Yang/Purdue University]

SARS e MERS

Pesquisadores descobriram como desativar uma parte do vírus SARS responsável por escondê-lo do sistema imunológico, um passo crítico para o desenvolvimento de uma vacina contra a doença mortal.

A SARS, sigla em inglês para Síndrome Respiratória Aguda Grave, é uma doença respiratória de alta letalidade que matou centenas de pessoas em mais de 30 países, especialmente na China, entre 2002 e 2003.

A descoberta também terá aplicações na criação de vacinas contra outros coronavírus, incluindo o vírus causador da Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS, na sigla em inglês) - apesar do nome, esse vírus já chegou aos EUA, onde apresenta uma letalidade de quase 30%.

"Este é um primeiro passo para a criação de um vírus enfraquecido e seguro para uso em uma vacina viva atenuada," disse o Dr. Andrew Mesecar, da Universidade Purdue (EUA).

"E também poderá servir como um roteiro para a realização de estudos moleculares semelhantes em outros coronavírus, como o MERS, porque esta enzima parece ser comum a todos os vírus dentro desta família," completou.

Camuflagem biológica

Mesecar e a sua equipe identificaram a estrutura molecular de uma enzima do vírus da SARS, uma protease parecida com a papaína, e descobriram como ela destrói as proteínas ubiquitina e ISG15 de uma célula hospedeira - as duas proteínas participam do processo de desencadear uma resposta imunológica.

"Com a maioria dos vírus, quando uma célula está infectada ela dispara um alarme que inicia uma resposta imunológica que combate à infecção. Mas os vírus de maior sucesso são capazes de enganar o sistema imunológico," explica Mesecar.

"Ao arrancar as duas proteínas da célula, o vírus da SARS curto-circuita as vias de sinalização da célula hospedeira, impedindo-a de alertar o sistema imunológico sobre sua presença. Ao remover estas proteínas, a enzima funciona como um sistema de camuflagem biológico para os vírus da SARS que permite que eles vivam e se repliquem sem serem detectados," finalizou Mesecar.

Vírus atenuado

Os cientistas querem agora usar esse conhecimento para sintetizar um vírus atenuado, que consiga se replicar nas células sem se camuflar do sistema imunológico.

Quando isto for feito, eles terão então criado uma vacina contra a SARS e outras infecções geradas pela mesma família dos coronavírus.

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