Estilo de vida explica excesso de inflamação mais que o envelhecimento

Se a inflamação começar a se tornar crônica, é preciso agir rápido.
[Imagem: Septimiu Balica/Pixabay]

Inflavelhecimento

À medida que envelhecemos, desenvolvemos uma inflamação crônica de baixo nível, que tem sido associada a doenças, incluindo doenças cardiovasculares, demência e câncer. Ainda não está claro se isso é uma parte inevitável do envelhecimento humano ou se ela deriva do estilo de vida moderno, do sedentarismo à má alimentação.

Para tentar esclarecer a questão do que os cientistas chamam de "inflavelhecimento", Jacob Aronoff e colegas da Universidade do Estado do Arizona (EUA) decidiram estudar duas comunidades indígenas quase isoladas na Amazônia boliviana, que não estão afetadas pelo estilo de vida ocidental.

Os dados indicam que apenas o envelhecimento não consegue explicar os níveis de inflamação crônica verificados nas populações urbanas, reforçando que o estilo de vida pode estar na base dessa inflamação à medida que envelhecemos.

Os pesquisadores descobriram que a comunidade Tsimane, um grupo que coleta e cultiva seus próprios alimentos, apresenta marcadores mínimos de inflamação relacionados à idade, enquanto o grupo vizinho Moseten, que experimentou maiores mudanças no estilo de vida devido à proximidade do mercado local, apresentou inflamação mais pronunciada associada à idade.

Os resultados se somam às evidências crescentes que sugerem que o estilo de vida, e não apenas o envelhecimento, impulsiona a inflamação crônica.

"[Na comunidade Tsimane] encontramos apenas um ligeiro aumento na sinalização pró-inflamatória. Em seguida, comparamos com os vizinhos Moseten, que são geneticamente próximos, mas que passaram por mudanças mais significativas no estilo de vida. Os Moseten apresentaram inflamação mais pronunciada. Nossos resultados sugerem inflamação mínima nos Tsimane e destacam a importância das mudanças no estilo de vida para exacerbar o desenvolvimento do inflavelhecimento," escreveram os pesquisadores.