Como evitar que o câncer de mama volte
É possível detectar células cancerígenas latentes em pessoas que já trataram o câncer de mama, e então eliminá-las com medicamentos já disponíveis no mercado, prevenindo a recorrência do câncer.
Em um ensaio clínico que pode mudar o modo como encaramos o câncer e seus tratamentos, os medicamentos existentes eliminaram essas células ocultas na maioria dos participantes, resultando em taxas de sobrevivência acima de 90%.
Estes resultados, que agora precisarão ser confirmados em ensaios com um número maior de participantes, inauguram uma nova era de tratamento proativo contra o câncer de mama persistente, oferecendo esperança às sobreviventes assombradas pelo medo da recaída.
"O medo persistente de o câncer retornar é algo que paira sobre muitas sobreviventes do câncer de mama depois que comemoram o fim do tratamento," comentou a professora Angela DeMichele, da Universidade da Pensilvânia (EUA). "Neste momento, simplesmente não sabemos quando ou se o câncer de alguém retornará - esse é o problema que buscamos resolver. Nosso estudo mostra que prevenir a recorrência monitorando e atacando células tumorais dormentes é uma estratégia realmente promissora, e espero que isso estimule mais pesquisas nessa área."
Mirando as células dormentes
Já se sabia que células tumorais latentes continuam à espreita em algumas pacientes após o tratamento do câncer de mama. Essas chamadas "células adormecidas", também conhecidas como doença residual mínima (DRM), podem ser reativadas anos ou até décadas depois. Como não são células cancerígenas "ativas" e podem estar espalhadas por todo o corpo, elas não aparecem nos exames de imagem padrão usados para monitorar a recorrência do câncer de mama.
Uma vez que as células adormecidas começam a se expandir e circular na corrente sanguínea, isso pode levar à disseminação do câncer de mama metastático. Pacientes com essas células no corpo têm maior probabilidade de apresentar recorrência do câncer de mama e apresentam sobrevida global reduzida.
"Surpreendentemente, descobrimos que certos medicamentos que não funcionam contra cânceres em crescimento ativo podem ser muito eficazes contra essas células adormecidas. Isso nos diz que a biologia das células tumorais adormecidas é muito diferente da das células cancerígenas ativas," disse Lewis Chodosh, membro da equipe.
Os testes envolveram medicamentos que têm como alvo a autofagia e a sinalização mTOR, que os pesquisadores descobriram serem mecanismos-chave para permitir que as células tumorais permaneçam dormentes.
"Queremos oferecer às pacientes uma opção melhor do que 'esperar para ver' depois de concluírem o tratamento do câncer de mama," disse DeMichele. "Esses resultados nos encorajam e nos fazem acreditar que estamos no caminho certo."
Ver mais notícias sobre os temas: | |||
Câncer | Saúde da Mulher | Prevenção | |
Ver todos os temas >> |
A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos.
Copyright 2006-2025 www.diariodasaude.com.br. Todos os direitos reservados para os respectivos detentores das marcas. Reprodução proibida.