28/11/2012

Percepção da luz pelo cérebro pode gerar economia de energia

Redação do Diário da Saúde
Luzes podem ser otimizadas para sistema visual humano
Estudos já demonstraram que as lâmpadas são críticas para a saúde das pessoas.
[Imagem: Case Western University]

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Cientistas que estudam detalhes da visão humana fizeram uma descoberta revolucionária que vai permitir a otimização das lâmpadas e outras fontes de luz.

Ajustando as fontes de iluminação para que operem de forma mais eficiente em conjunto com o cérebro humano, os pesquisadores acreditam ser possível economizar bilhões de reais em gastos com eletricidade.

A descoberta diz respeito à forma como os seres humanos percebem modulações temporais da luz.

Por exemplo, a maioria dos dispositivos emissores de luz, tais como lâmpadas, monitores de vídeo e televisores, não emite uma luz contínua, mas uma luz que pisca em alta velocidade.

Quais mais rápido for este tremeluzir, menor é a capacidade do olho humano em percebê-lo, o que é mais confortável.

Percepção visual

Estudando como este fenômeno atua no cérebro, os pesquisadores descobriram que existe uma faixa de cintilação dinâmica da luz que otimiza a percepção do brilho pelo sistema visual humano sem que seja necessário aumentar a potência da luz.

Assim, é possível fabricar lâmpadas com o mesmo brilho, mas que consumam menos energia, ou aumentar o brilho sem aumentar o consumo de energia.

"Nós descobrimos uma 'janela' temporal na percepção visual que pode ser explorada para obter economias significativas projetando dispositivos emissores de luz que pisquem com a dinâmica ideal para ativar os neurônios do sistema visual no cérebro humano," disse Stephen Macknik, do Instituto Neurológico Barrow (EUA), orientador do estudo.

Teorias sobre a percepção visual

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores testaram na prática duas teorias contraditórias sobre a percepção visual temporal - o quão brilhante uma luz parece ser aos nossos olhos.

A chamada Lei de Bloch propõe que a percepção do contraste de um estímulo visual aumenta com sua duração, mas eventualmente se estabiliza em torno dos 100 milissegundos. Por exemplo, um flash de 5 milissegundos parecerá ter metade do brilho de um flash de 10 milissegundos, mas um flash de 200 milissegundos será tão brilhante quanto um de 400 milissegundos.

O Efeito Broca-Sulzer, por outro lado, propõe que a percepção do contraste aumenta inicialmente com a duração do flash, atinge um pico e então cai novamente.

Os pesquisadores descobriram que a discrepância entre a Lei de Bloch e o Efeito Broca-Sulzer é causada por uma influência intrínseca - um desvio - apresentado pelos participantes da experiência, o que leva a dados com um viés que altera as conclusões.

Pico de percepção

Ao melhorar o projeto do experimento, de forma a superar esse viés, os resultados demonstraram que a visão temporal de fato segue o Efeito Broca-Sulzer.

"Os pesquisadores têm estudado a visão temporal há mais de 125 anos, mas como a nossa é a primeira experiência desse tipo que estabeleceu um controle de todas as formas conhecidas de critérios, ela é a primeira a medir com precisão o papel da dinâmica temporal na percepção de brilho," diz Dr. Macknik.

"Assim, podemos começar já a fazer economia de energia, pois podemos ajustar a nossa iluminação que que pisque de forma a aproveitar esse pico de percepção."

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