08/06/2009

Médico eletrônico: aparelho de diagnóstico com jeito de Jornada nas Estrelas

John Verrico
Médico eletrônico: diagnóstico com jeito de Jornada nas Estrelas
Diagrama do SPTTNULL: 1) tela LCD de 4 x 6 polegadas; 2) Botão de controle; 3) Câmera infravermelha; 4) Câmera digital; 5) Janela de sensoriamento; 6) Proteções antichoque.
[Imagem: SHS S&T]

Tricorder na vida real

Determinar quem necessita de socorro médico mais urgente na cena de um acidente continua seguindo o velho e antigo esquema: o pessoal de socorro se debruça sobre a vítima, checando temperatura corporal, batimentos cardíacos e movimentos musculares. Pessoa por pessoa, esse processo pode levar entre 3 e 5 minutos.

"É da natureza humana dar mais atenção àqueles que estão gemendo e sangrando, mas alguém com uma lesão interna menos óbvia pode ser a prioridade real," diz Greg Price, diretor da Tech Solutions.

Em uma parceria com a Boeing e com a Universidade de Washington, os engenheiros da Tech Solutions estão desenvolvendo um equipamento que será facilmente reconhecido pelos fãs da série Jornada nas Estrelas pela sua semelhança com o equipamento médico do Dr. McCoy, o famoso tricorder.

Diagnóstico médico à distância

A meta é fazer a avaliação inicial das vítimas de um acidente em no máximo 30 segundos e a uma distância de até 10 metros do acidentado. O novo aparelho não foi batizado de tricorder, mas de SPTT (Standoff Patient Triage Tool). O equipamento de diagnóstico à distância coleta dados de pulso, temperatura corporal e respiração.

A mágica por trás do tricorder da vida real é uma tecnologia conhecida como Vibrometria Doppler a Laser, que tem sido utilizada em componentes de aviões e automóveis, alto-falantes, radares e até na detecção de minas terrestres.

Quando conectado a uma câmera, o vibrômetro pode medir a velocidade e o deslocamento de objetos que apresentem vibrações. Um algoritmo converte os dados coletados em medições para os atendentes de emergência, que podem usá-los para a rápida avaliação das condições dos pacientes críticos.

Ponto de medição

Com a ajuda dos cientistas da Universidade de Washington, os engenheiros descobriram que o melhor ponto para capturar leituras fortes dos sinais vitais de uma pessoa é na artéria carótida, embora haja sinais fortes também na cabeça, no tronco, no abdômen e até nos pés.

Os pesquisadores agora estão tentando descobrir a melhor forma de avaliar as condições de um paciente que esteja deitado de bruços ou vestindo várias peças de roupas. Até agora, os resultados são encorajadores.

Estabilização óptica da imagem

Apesar de promissor, o SPTT não é tão sofisticado quanto o tricorder de Jornada nas Estrelas, que era capaz de diagnosticar rapidamente as mais obscuras enfermidades. O novo equipamento de triagem de pacientes é um salto quântico para os prestadores de primeiros socorros, mas a ficção científica por enquanto permanecerá nas telas do cinema.

O objetivo final dos pesquisadores é desenvolver uma unidade portátil do tamanho de um notebook. Isto exigirá o reforço do aparelho e novos testes da tecnologia de estabilização óptica da imagem para que o aparelho possa ser preciso apesar dos movimentos das mãos e dos braços do pessoal de atendimento.

Os pesquisadores esperam ter a primeira unidade pronta para comercialização em meados de 2010.

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