10/03/2017

Mosquitos da malária picam mais pessoas já com malária

Redação do Diário da Saúde
Mosquitos da malária picam mais pessoas já com malária
"A HMBPP é uma maneira de o parasita da malária chamar um táxi, um mosquito, e se transferir com êxito para o próximo hospedeiro."
[Imagem: Anna-Karin Landin/Stockholm University]

Isca para mosquito

Os mosquitos da malária preferem se alimentar do sangue de pessoas já infectadas com a malária - e, além disso, eles sugam mais sangue dessas pessoas do que de pessoas não infectadas.

Esta descoberta pode levar a novas formas de combater a malária sem usar produtos químicos venenosos.

"O parasita da malária produz uma molécula, a HMBPP, que estimula os glóbulos vermelhos humanos a liberar mais dióxido de carbono e compostos voláteis, que têm um cheiro irresistível para os mosquitos da malária," conta a professora Ingrid Faye, da Universidade de Estocolmo (Suécia), que fez a pesquisa em conjunto com pesquisadores do Instituto Real de Tecnologia (KTH).

Os experimentos confirmaram que a maioria dos mosquitos da malária é mais atraída pelo sangue contendo HMBPP, mesmo com a substância em concentrações muito baixas.

Armadilha para o mosquito

Conforme os mosquitos são atraídos mais rapidamente e bebem mais sangue das pessoas com malária, eles adquirem uma infecção mais grave, isto é, um número maior de parasitas é produzido.

O efeito é devastador para as pessoas que forem picadas a seguir pelo mesmo mosquito.

"A HMBPP é uma maneira de o parasita da malária chamar um táxi, um mosquito, e se transferir com êxito para o próximo hospedeiro," explicou a pesquisadora Noushin Emami.

Como uma vacina para a malária ainda parece estar distante, os pesquisadores afirmam que sua descoberta pode ser usada para criar uma armadilha que use o próprio sistema do parasita - a molécula HMBPP - para atrair os mosquitos e matá-los.

Os resultados foram publicados pela revista Science e podem sugerir estudos semelhantes para doenças semelhantes, como a dengue e a febre zika.

Hoje, a maioria dos médicos diz aos pacientes que essas doenças transmitidas pelo pernilongo Aedes aegypti não podem ser transmitidas diretamente e que, portanto, nenhum cuidado adicional precisa ser tomado em casa. De fato, essas doenças não são transmitidas de humano para humano, mas uma pessoa infectada pode ser, literalmente, um "prato cheio" para outros mosquitos se tornarem transmissores ainda mais virulentos.

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