15/04/2011

Mulheres sentem emoções mais intensas durante os conflitos

Redação do Diário da Saúde

Emoção sentida e emoção expressa

As mulheres experimentam emoções mais intensas do que os homens quando o casal se depara com um conflito.

Por outro lado, são os homens que expressam as emoções que mais desencadeiam os conflitos - aquilo que os pesquisadores chamam de "emoções poderosas", como a ira e o desprezo.

Estas são as conclusões de uma pesquisa realizada na Universidade de Granada, na Espanha, que analisou as emoções interpessoais que homens e mulheres sentem quando ocorre um conflito no seio do casal e a relação entre as emoções e a frequência dos conflitos.

Emoções durante as brigas

Os pesquisadores queriam analisar o tipo de emoção interpessoal que homens e mulheres sentem quando enfrentam diferentes conflitos no seio do casal, e o efeito que as emoções têm sobre a recorrência dos conflitos.

Os voluntários foram colocados em cinco diferentes situações de conflito.

Em termos gerais, os resultados mostraram que homens e mulheres têm diferentes emoções em situações conflituosas.

Por exemplo, diante de uma situação onde "Mu parceiro me ofende ou me trata de forma desrespeitosa", as mulheres se sentiam infelizes, enquanto ante a situação "Meu parceiro é fisicamente agressivo durante uma discussão" as mulheres se sentiram mais decepcionadas do que os homens.

Ante a situação "Meu parceiro grita comigo com frequência", as mulheres sentiram mais tristeza, enquanto os homens sentiram culpa.

Na situação "Meu parceiro distorce um argumento para parecer estar certo" as mulheres sentiram tristeza, enquanto os homens experimentaram vergonha.

Emoções poderosas e não-poderosos

Segundo os pesquisadores, poder-se-ia esperar, a priori, que os homens expressassem emoções mais dominadoras ou mais "poderosas" - como raiva, ira ou desprezo - e as mulheres expressassem atitudes mais submissas - como culpa, tristeza ou medo.

Contudo, os resultados mostraram que as mulheres sentem as emoções mais intensamente, tanto as "poderosas" quando as "não-poderosas" - embora o que elas expressem não reflita o que elas sentem.

"O contexto sócio-cultural e os papéis de gênero atribuídos a homens e mulheres, respectivamente, podem ter uma influência relevante na geração de expectativas quanto ao seu papel nas relações e nos conflitos no seio do casal," dizem os pesquisadores.

Assim, da mesma forma que a sociedade estabelece algumas regras sobre as relações homem-mulher, a sociedade também estabelece algumas regras sobre como ambos devem agir em determinadas situações conflituosas.

E, culturalmente, parece caber à mulher refrear um pouco suas emoções ou, pelo menos, não demonstrar tanto suas "emoções poderosas".

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