O que causa a depressão perinatal?
Tristeza persistente, fadiga, alterações no sono e no apetite ou perda de interesse são sintomas frequentes das mães que sofrem de depressão perinatal.
É uma condição prevalente, mas os cientistas estão longe de compreender suas causas e mesmo sua manifestação. Em vista disso, Alessandra Sperati e colegas da Universidade Gabriele da Anunciação (Itália) decidiram estudar como os sintomas da depressão perinatal evoluem ao longo do tempo.
A principal conclusão da pesquisa é que a sensibilidade elevada a estímulos internos e externos pode aumentar o risco desse tipo de depressão, enquanto o apoio do parceiro na gravidez tem um efeito protetor.
O período perinatal é definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o intervalo de tempo que começa na 22ª semana de gestação e termina 7 dias após o nascimento do bebê. Esse período é marcado por alterações fisiológicas e psicológicas significativas, tornando-se uma fase difícil para muitas mulheres.
Entre 10% a 25% das mulheres mostram-se vulneráveis à depressão perinatal, que pode surgir durante a gravidez e prolongar-se até um ano após o parto. Tristeza persistente, fadiga, alterações no sono e apetite ou perda de interesse são sintomas frequentes, com impacto significativo na saúde emocional da mãe e do bebê.
Evolução da depressão pós-parto
Apesar de a sintomatologia da depressão perinatal estar bem identificada, ainda sabemos pouco sobre como esses sintomas evoluem ao longo do tempo. Para isso, a equipe acompanhou a trajetória das mães que apresentaram depressão perinatal em quatro momentos distintos - no final da gravidez, aos 3 meses, aos 6 meses e aos 9 meses após o parto.
Os resultados mostraram que o humor da mãe decai logo após o parto, mas tende a melhorar com o passar do tempo, sendo as mães com elevada sensibilidade e com menor apoio do parceiro as mais vulneráveis a sentimentos negativos. A sensibilidade elevada pode então aumentar o risco de depressão, enquanto o apoio do parceiro na gravidez tem um efeito protetor.
O estudo revelou ainda que a depressão pré-natal pode influenciar a reatividade emocional do bebê, aumentando particularmente a sua propensão para o afeto negativo, atuando como um fator de estresse pré-natal.
No tocante à relação mãe-bebê, melhorar e promover o toque interativo afetivo no período pós-parto pode melhorar a ligação entre ambos, reduzindo o estresse, com benefícios tanto para o estado emocional materno como para o ajustamento emocional dos bebês.
"O papel positivo da experiência tátil pode servir de base a programas de intervenção destinados a promover relações seguras e de apoio no início da vida," destacou a professora Maria Spinelli, coordenadora do estudo.
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