07/07/2025

O que leva algumas mães à depressão perinatal?

Redação do Diário da Saúde
O que causa a depressão perinatal?
O toque afetivo no período pós-parto pode melhorar a ligação entre mãe e bebê, com um efeito protetor contra a depressão perinatal.
[Imagem: Larissa Sampaio/Pixabay]

O que causa a depressão perinatal?

Tristeza persistente, fadiga, alterações no sono e no apetite ou perda de interesse são sintomas frequentes das mães que sofrem de depressão perinatal.

É uma condição prevalente, mas os cientistas estão longe de compreender suas causas e mesmo sua manifestação. Em vista disso, Alessandra Sperati e colegas da Universidade Gabriele da Anunciação (Itália) decidiram estudar como os sintomas da depressão perinatal evoluem ao longo do tempo.

A principal conclusão da pesquisa é que a sensibilidade elevada a estímulos internos e externos pode aumentar o risco desse tipo de depressão, enquanto o apoio do parceiro na gravidez tem um efeito protetor.

O período perinatal é definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o intervalo de tempo que começa na 22ª semana de gestação e termina 7 dias após o nascimento do bebê. Esse período é marcado por alterações fisiológicas e psicológicas significativas, tornando-se uma fase difícil para muitas mulheres.

Entre 10% a 25% das mulheres mostram-se vulneráveis à depressão perinatal, que pode surgir durante a gravidez e prolongar-se até um ano após o parto. Tristeza persistente, fadiga, alterações no sono e apetite ou perda de interesse são sintomas frequentes, com impacto significativo na saúde emocional da mãe e do bebê.

Evolução da depressão pós-parto

Apesar de a sintomatologia da depressão perinatal estar bem identificada, ainda sabemos pouco sobre como esses sintomas evoluem ao longo do tempo. Para isso, a equipe acompanhou a trajetória das mães que apresentaram depressão perinatal em quatro momentos distintos - no final da gravidez, aos 3 meses, aos 6 meses e aos 9 meses após o parto.

Os resultados mostraram que o humor da mãe decai logo após o parto, mas tende a melhorar com o passar do tempo, sendo as mães com elevada sensibilidade e com menor apoio do parceiro as mais vulneráveis a sentimentos negativos. A sensibilidade elevada pode então aumentar o risco de depressão, enquanto o apoio do parceiro na gravidez tem um efeito protetor.

O estudo revelou ainda que a depressão pré-natal pode influenciar a reatividade emocional do bebê, aumentando particularmente a sua propensão para o afeto negativo, atuando como um fator de estresse pré-natal.

No tocante à relação mãe-bebê, melhorar e promover o toque interativo afetivo no período pós-parto pode melhorar a ligação entre ambos, reduzindo o estresse, com benefícios tanto para o estado emocional materno como para o ajustamento emocional dos bebês.

"O papel positivo da experiência tátil pode servir de base a programas de intervenção destinados a promover relações seguras e de apoio no início da vida," destacou a professora Maria Spinelli, coordenadora do estudo.

Checagem com artigo científico:

Artigo: Maternal depression during the perinatal period: the role of Sensory Processing Sensitivity and social support and its impact on infants negative affect
Autores: Alessandra Sperati, Ilenia Passaquindici, Melba Emilia Persico, Cinzia Di Matteo, Mirco Fasolo, Francesca Lionetti, Maria Spinelli
Publicação: Frontiers in Psychology
DOI: 10.3389/fpsyg.2025.1551016
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