21/11/2008

Posição do bebê no carrinho pode inibir seu desenvolvimento

Anna Day

Melhor posição do bebê no carrinho

A posição que você leva seu filho no carrinho tem grandes implicações sobre o desenvolvimento cerebral e o aprendizado do seu bebê. A descoberta foi feita em uma pesquisa inédita realizada na Grã-Bretanha.

O estilo tradicional dos carrinhos de bebê - com a criança voltada para a frente e de costas para os pais - pode estar inibindo o desenvolvimento sadio das crianças. Sendo levadas desta forma, as crianças interagem menos com seus pais e falam muito menos, o que retarda o seu desenvolvimento cognitivo.

Sono e batimentos cardíacos do bebê

O estudo, feito pela Dra Suzanne Zeedyk, da Universidade de Dundee (Escócia), observou 2.722 pais que levavam seus filhos em carrinhos de bebê. Em outro experimento controlado, 20 crianças foram levadas por um percurso de 1.600 metros, no qual os cientistas observavam o comportamento dos pais e dos bebês.

Os resultados mostram não apenas que os pais falam muito menos com os bebês que estão virados para a frente, como também que os seus padrões de sono e taxas de batimentos cardíacos variam em relação às crianças que estão sendo levadas no carrinho olhando para seus pais. Os pesquisadores sugerem que isto significa que olhar para os pais é menos estressante para as crianças.

Falando e sorrindo para seu filho

Segundo a pesquisa, 62% das crianças estavam de costas para quem empurrava o carrinho, índice que sobe para 86% quando as crianças tinham entre 1 e 2 anos de idade.

Os pais que empurravam os carrinhos olhando diretamente para os filhos conversavam muito mais com as crianças (25% contra 11%). Tanto os pais quanto as crianças sorriem mais quando estão frente a frente.

As crianças que são levadas de costas para os pais têm o dobro de chance de dormirem no trajeto, inibindo sua interação com os pais e com o mundo exterior, além de, eventualmente, causar problemas nos horários normais de sono.

Impacto no desenvolvimento do cérebro do bebê

"Se bebês estão passando uma parte significativa do tempo em um carrinho que inibe sua capacidade de se comunicar facilmente com seus pais, em uma idade em que o cérebro está no maior nível de desenvolvimento de toda a sua vida, então isso tem que ter um impacto negativo no desenvolvimento", disse a Dra. Zeedyk.

"Nosso estudo experimental mostrou que, simplesmente virando a posição do carrinho, a taxa com que os pais falam com os filhos dobrou. Nossos dados sugerem que para muitos bebês hoje, a vida em um carrinho é emocionalmente mais pobre e possivelmente mais estressante. Bebês estressados tornam-se adultos ansiosos", conclui a pesquisadora.

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