15/09/2015

Seu cérebro é mais oco do que você pensava

Redação do Diário da Saúde
Seu cérebro é mais oco do que você pensava
Esta ilustração mostra dois modelos do tecido cerebral reconstruídos a partir das imagens feitas por microscopia - o modelo da esquerda foi feito a partir da nova técnica, enquanto o da direita era o que vigorava até agora.
[Imagem: Graham Knott/EPFL]

Cérebro mumificado

Lançando mão de uma técnica inovadora, pesquisadores suíços mostraram que o cérebro não é tão compacto e denso quanto os cientistas consideravam até agora.

Para estudar a estrutura fina do cérebro, incluindo as conexões entre os neurônios, ou sinapses, é necessário usar microscópios eletrônicos.

No entanto, o tecido cerebral primeiro precisa ser fixado em uma lâmina para prepará-lo para ser posto no microscópio.

O que não vinha sendo levado em conta até agora é que este processo essencialmente faz com que o tecido do cérebro encolha. Como resultado, as imagens do microscópio podem ser distorcidas, por exemplo, mostrando os neurônios muito mais próximos do que realmente estão no tecido vivo.

Criofixação

A equipe do Instituto Politécnico Federal de Lausanne resolveu essa deficiência usando uma técnica que congela rapidamente o cérebro, preservando a sua verdadeira estrutura - por cérebro, entenda-se o córtex cerebral de ratos.

Para isso são usados jatos de nitrogênio líquido que levam o tecido cerebral a -90 ° C em milésimos de segundos.

Essa técnica, batizada de "criofixação", evita o encolhimento do cérebro durante a preparação para a microscopia eletrônica porque a água se transforma em um gelo parecido com vidro, que preserva as estruturas originais e a arquitetura dos tecidos.

Cérebro oco

Os pesquisadores então compararam as imagens cerebrais criofixadas com as tradicionais, e constataram que o cérebro fixado quimicamente aparece como sendo muito menor em termos de volume, mostrando uma perda significativa de espaço extracelular - o espaço em torno dos neurônios.

Além disso, as células de suporte do cérebro, chamadas astrócitos, parecem ser menos ligadas aos neurônios e mesmo aos vasos sanguíneos no cérebro.

E, finalmente, as ligações entre os neurônios, as sinapses, parecem ser significativamente mais fortes do que apareciam nos tecidos cerebrais fixados quimicamente nas técnicas tradicionais.

Em resumo, seu cérebro é bem mais oco do que você pensava - o que talvez também possa ser entendido como menos cabeça-dura.

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