16/10/2018

Terapia hormonal pode tornar câncer de próstata mais agressivo

Redação do Diário da Saúde

Terapia hormonal contra câncer de próstata

O câncer de próstata algumas vezes resiste e despista uma terapia hormonal padrão, fazendo com que o câncer se espalhe apesar do tratamento.

Em seus estágios iniciais, o tipo mais comum de câncer de próstata, chamado adenocarcinoma, é curável e geralmente responde bem às terapias, incluindo aquelas que têm como alvo o androgênio, um hormônio sexual masculino que estimula o crescimento do tumor.

No entanto, em um número grande de pacientes - cerca de 25% - o câncer torna-se resistente à terapia dirigida ao andrógeno, e o câncer recorre ou se espalha.

Pesquisadores acabam de descobrir que essa resistência surge porque a terapia faz com que algumas células do adenocarcinoma se tornem células neuroendócrinas do tipo canceroso - um tipo raro de célula que tipicamente aparece em menos de 1% dos pacientes com câncer de próstata.

"Esta transformação é um problema porque o câncer de próstata neuroendócrino é especialmente agressivo, metastatiza mais rapidamente e é mais resistente tanto à terapia dirigida aos andrógenos quanto à quimioterapia," escreveram Rajeev Mishra e Neil Bhowmick, coordenadores do estudo publicado no Journal of Clinical Investigation.

Terapia que faz mal para alguns

A equipe descobriu que a terapia hormonal altera ainda mais o ambiente celular do câncer, fomentando a transformação das células de adenocarcinoma na próstata em células neuroendócrinas do tipo câncer.

Ou seja, a terapia hormonal parece se virar contra alguns pacientes, incentivando o surgimento desse tipo de célula, que passa a não ser mais tão raro, passando de menos de 1% para cerca de 25% dos pacientes.

Para validar os resultados, os pesquisadores compararam os níveis de glutamina no plasma de cobaias divididas em dois grupos - um com câncer de próstata responsivo ao tratamento e outro com câncer de próstata resistente ao tratamento. Os resultados não se fizeram esperar: os níveis de glutamina eram significativamente maiores no segundo grupo.

"O estudo levanta a possibilidade de que um simples exame de sangue medindo a glutamina pode ser capaz de identificar quando a terapia dirigida por andrógenos está falhando em um paciente com câncer de próstata e até mesmo prever quando a resistência à terapia ocorrerá," disse Edwin Posadas, membro da equipe.

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