21/10/2008

Ácido graxo ômega-6 destrói neurônios e piora Alzheimer

Redação do Diário da Saúde

Ácidos graxos no cérebro

Cientistas do Instituto para Doenças Neurológicas Gladstone e da Universidade da Califórnia, ambos nos Estados Unidos, descobriram que a remoção parcial ou total de uma uma enzima que regula os níveis de ácidos graxos aumenta o défice cognitivo em modelos animais do Mal de Alzheimer.

A descoberta, que será publicada no exemplar de hoje da revista Nature Neuroscience, identificou ácidos graxos específicos que podem contribuir para a doença assim como uma nova estratégia terapêutica.

O Mal de Alzheimer causa a perda progressiva de funções cognitivas e resulta na morte. Embora haja tratamentos para aliviar os sintomas, esses tratamentos não são muito eficazes e os pesquisadores ainda procuram por uma cura.

Ácido araquidônico

Os ácidos graxos são rapidamente assimilados pelo cérebro e incorporados em fosfolipídios, uma classe de gorduras que formam a membrana ou barreira que protege a célula do ambiente externo.

"A alteração mais impressionante que descobrimos nos ratos com Alzheimer foi um aumento do ácido araquidônico e metabólitos relacionados no hipocampo, o centro das memórias que é afetado prontamente e de forma avassaladora pela doença" explicou Rene Sanches-Mejia, coordenador do estudo.

Ômega-6

O ácido araquidônico é popularmente conhecido como ômega-6. Recentemente, uma outra pesquisa alertou contra o consumo de peixes que possuem níveis elevados de ômega-6 e baixos níveis do benéfico ômega-3 (veja Tilápia e catfish contêm uma combinação perigosa de ácidos graxos).

No cérebro, o ácido araquidônico, ou ômega-6, é liberado pelos fosfolipídios por uma enzima chamada PLA2 (fosfolipase A2). Os cientistas baixaram os níveis de PLA2 nos camundongos com Alzheimer por meio de engenharia genética. A remoção ou a redução parcial da PLA2 evitou os défices de memória e outras anormalidades comportamentais nos animais.

"O ácido araquidônico parece gerar confusão nos camundongos com Alzheimer causando-lhes muita excitação, o que faz os neurônios adoecerem. Baixando os níveis do ácido nós permitimos que os neurônios funcionassem normalmente," disse o Dr. Sanchez-Mejia.

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