21/06/2022

Antioxidante de óleos essenciais substitui aditivos sintéticos nas carnes

Com informações da Unicamp
Antioxidante de óleos essenciais substitui aditivos sintéticos nas carnes
O produto já foi licenciado para a indústria, que o colocará no mercado.
[Imagem: Pedro Amatuzzi/Unicamp]

Antioxidantes

Em busca de substitutos para conservantes sintéticos potencialmente cancerígenos usados em produtos industrializados à base de carne, pesquisadores brasileiros desenvolveram um antioxidante natural capaz de inibir a proliferação de bactérias do gênero Salmonella.

Composto por óleos essenciais extraídos de plantas medicinais e aromáticas, o produto pode impulsionar a produção de carnes, inclusive de aves, com menos riscos à saúde.

A ideia da pesquisadora Adriana Figueiredo é substituir produtos químicos do grupo hidroxitolueno butilado (BHT) e hidroxianisol butilado (BHA)

Adriana extraiu óleos essenciais do tomilho (Thymus vulgaris) e da alfavaca (Ocimum gratissimum), que funcionam como antioxidantes, e testou sua efetividade para o controle da proliferação da Salmonella em frangos de corte. Com os bons resultados, ela avançou para outros produtos com maior nível de industrialização.

"Após todos os ensaios de efetividade in vitro, Adriana iniciou os testes com a blenda dos óleos essenciais aplicada em almôndegas de carne de frango. Essa combinação na carne crua produziu uma atividade antioxidante muito favorável, além do efetivo controle contra a Salmonella," explicou a professora Marta Cristina Duarte, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Óleos essenciais como conservantes de carne

Os óleos essenciais poderão ser usados como conservantes naturais em substituição ao BHT e BHA e contornar dois dos principais problemas enfrentados pelos produtores para garantir a qualidade das mercadorias: A proliferação de bactérias e a durabilidade dos produtos à base de carne, altamente perecíveis.

Na formulação do antioxidante natural, os óleos essenciais são submetidos a um processo no qual são microencapsulados e transformados em um pó para aplicação direta nas carnes. A alteração dos óleos para o pó é feita a partir da combinação com polímeros, resultando em um produto sólido menos volátil, que facilita seu manuseio e aplicação.

A tecnologia já passou por testes laboratoriais e constatou-se a mesma efetividade de conservação dos produtos sintéticos. O pó oriundo desses óleos pode, assim, substituir os antioxidantes sintéticos, prejudiciais à saúde humana, e ser uma opção natural para a conservação de alimentos.

A tecnologia está licenciada para uma empresa que a colocará no mercado, e agora as pesquisadoras prosseguirão com testes em outros tipos de carnes.

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