Organoide desenvolve olhos
Em 2019, pesquisadores brasileiros anunciaram a criação de minicérebros com células da retina.
Agora, pesquisadores alemães anunciaram o desenvolvimento de um minicérebro contendo uma estrutura ocular chamada "copo óptico", uma vesícula côncava que marca o avanço do desenvolvimento dos olhos.
Os organoides desenvolveram espontaneamente copos ópticos bilateralmente simétricos a partir da parte frontal da região semelhante ao cérebro, demonstrando a capacidade intrínseca de autopadronização das células-tronco humanas pluripotentes induzidas (iPSCs) em um processo biológico altamente complexo.
"Nosso trabalho destaca a capacidade notável dos organoides cerebrais de gerar estruturas sensoriais primitivas que são sensíveis à luz e abrigam tipos de células semelhantes aos encontrados no corpo," disse o professor Jay Gopalakrishnan, da Universidade de Dusseldorf.
Minicérebro com olhos
Outros pesquisadores já haviam usado células-tronco embrionárias humanas (não induzidas) para gerar um copo óptico, que dá origem à retina, a camada de tecido sensível à luz na parte de trás do olho. Outra equipe também havia demonstrado que estruturas semelhantes ao copo óptico podem ser geradas a partir de iPSCs, mas em um experimento em que elas foram manipuladas isoladamente.
Agora, os copos ópticos e outras estruturas retinais 3D foram funcionalmente integrados ao cérebro artificial em laboratório, desenvolvendo-se a partir dele.
Esses "olhos primordiais" apareceram 30 dias após o início do cultivo do minicérebro em laboratório, e amadureceram como estruturas visíveis em 50 dias. Esse período de tempo é comparável ao do desenvolvimento da retina no embrião humano.
Cérebros em laboratório
Esse progresso rápido no desenvolvimento de órgãos em laboratório tem feito alguns cientistas se questionarem se já estamos prontos para lidar com a fabricação de cérebros em laboratório.
Mas os pesquisadores já planejam estratégias para manter os copos ópticos viáveis por longos períodos de tempo, usando-os para investigar mecanismos que causam distúrbios retinais.
"Esses organoides podem ajudar a estudar as interações cérebro-olho durante o desenvolvimento do embrião, modelar distúrbios retinais congênitos e gerar tipos de células retinais específicas do paciente para testes de drogas personalizados e terapias de transplante," disse Gopalakrishnan.
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