21/01/2019

Relação entre cintura e estatura indica risco cardiovascular

Com informações das agências Brasil e Fapesp

Relação cintura-estatura

O acúmulo excessivo de gordura na região abdominal já é um conhecido indicador de risco para doenças cardiovasculares - de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a medida não deve ultrapassar 94 centímetros (cm) nos homens e 90 cm nas mulheres.

Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp), no entanto, descobriram que não é apenas a circunferência da cintura que importa: É preciso olhar também a relação entre a cintura e a altura da pessoa.

Pessoas fisicamente ativas e sem sobrepeso, mas com valores de relação cintura-estatura (RCE) - a divisão da circunferência da cintura pela estatura - próximos ao limite do risco, também têm maior probabilidade de desenvolver distúrbios no coração.

"O resultado que encontramos chama a atenção daquelas pessoas que acham que estão fora dos grupos de risco por não ter barriga, mas não fazem atividade física [e nem] mantêm hábito alimentar saudável. Mesmo sem barriga, pode ser um risco," explicou Vitor Engrácia Valenti, professor da Unesp de Marília e coordenador da pesquisa.

Recuperação após exercício

Os voluntários foram divididos em três grupos: o primeiro, composto por homens com menor percentual de gordura corporal e com RCE entre 0,40 e 0,449; o segundo, formado por homens com RCE entre 0,45 e 0,50, próximo ao limiar de risco; e o terceiro, por homens com RCE acima do limite de risco, entre 0,50 e 0,56.

No primeiro exercício, eles tiveram que permanecer 15 minutos sentados e em repouso e, em seguida, fizeram uma corrida com esforço máximo em uma esteira ergométrica. O objetivo era constatar que todos eram fisicamente ativos. Embora não fossem atletas, mantinham atividades regulares. Em seguida, teriam que ficar em repouso por 60 minutos.

No segundo dia, foram submetidos a um exercício físico moderado: uma caminhada de 30 minutos em uma esteira. A intensidade seria de aproximadamente 60% do esforço máximo. A intenção era observar, durante o repouso e a primeira hora após os exercícios, a velocidade de recuperação cardíaca autonômica.

"Quanto mais tempo o organismo demora para se recuperar após o exercício, isso é indicativo de que essa pessoa tem probabilidade maior de desenvolver doença cardiovascular, como hipertensão, infarto, AVC", disse o pesquisador.

Os resultados mostraram que os grupos com RCE próximo e acima do limite de risco para o desenvolvimento de doenças cardíacas apresentaram recuperação cardíaca autonômica mais lenta, tanto no esforço máximo quanto no moderado.

"Mesmo aqueles saudáveis e fisicamente ativos, que não tinham sobrepeso e nem obesidade, mas que tinham valores de normalidade mais próximos dos valores de risco, tinham risco maior do que aquele grupo que era composto por indivíduos com menor tamanho de cintura e estatura", destacou Valenti.

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