12/06/2019

Substância promete equilibrar oxidantes e antioxidantes no corpo e no ambiente

Redação do Diário da Saúde
Substância promete equilibrar oxidantes e antioxidantes no corpo e no ambiente
Os primeiros testes foram feitos em animais envolvidos na contaminação do ambiente por oxidantes, mas a expectativa é que a descoberta possa vir a ser usada no futuro também no corpo humano.
[Imagem: 10.1002/smll.201900765]

Oxidantes versus antioxidantes

Oxidantes encontrados dentro dos organismos vivos são subprodutos do metabolismo e são essenciais para a cicatrização de feridas e a imunidade.

No entanto, quando suas concentrações se tornam muito altas, pode ocorrer inflamação e dano aos tecidos.

Esses oxidantes são mais conhecidos do público como "radicais livres" e têm sido demonizados ao longo das últimas décadas, assim como suas contrapartes, os antioxidantes, têm sido elevados à condição de compostos quase milagrosos.

É claro que nenhuma das duas proposições correspondem à verdade, devendo haver um equilíbrio entre oxidantes e antioxidantes no corpo. Os antioxidantes não têm poderes mágicos e podem fazer mal, inclusive ajudando o câncer a se espalhar pelo corpo, por exemplo. Do outro lado, os radicais livres nem sempre estão associados ao envelhecimento, são benéficos para a cura de ferimentos e cruciais no controle do apetite.

Para tentar alcançar o equilíbrio saudável, uma equipe da Universidade de Illinois (EUA) desenvolveu e testou um novo sistema de entrega de medicamentos que detecta níveis elevados de oxidantes e responde administrando a quantidade certa de antioxidante para restaurar esse delicado equilíbrio.

Farmácia e limpeza de águas contaminadas

Hyunjoon Kong e sua equipe encontraram uma maneira de montar cristais de catequina - o antioxidante verde brilhante encontrado no chá verde - usando um polímero que pode detectar quando as concentrações de oxidantes se tornam muito altas. Eles testaram a capacidade de resposta do polímero contendo cristal de catequina resultante no crustáceo planctônico Daphnia magna, conhecido como pulga d'água.

Os pesquisadores expuseram as dáfnias a água contaminada com concentrações não mortais de peróxido de hidrogênio, um oxidante natural, enquanto monitoravam sua frequência cardíaca. Eles descobriram que a frequência cardíaca média dos dafnídeos caiu de 348 para 290 e 277 batimentos por minuto, dependendo da concentração de peróxido de hidrogênio utilizada. Sua substância conseguiu reverter esses efeitos.

Além do potencial uso farmacêutico para o novo polímero, o grupo de Kong está estudando seu uso para reduzir o impacto de produtos químicos altamente oxidantes em cursos d'água naturais.

"O peróxido de hidrogênio é frequentemente usado para limpar a água contaminada por excesso de algas, e isso levanta a preocupação sobre como o oxidante pode estar afetando organismos vivos na água," disse ele. "Achamos que esse novo sistema de entrega de antioxidantes poderia ser usado para resolver o problema das águas naturais super-oxidadas".

Os pesquisadores planejam avançar com o desenvolvimento do polímero para usos farmacêuticos e ambientais. "Há preocupação com a segurança do polímero específico que usamos - o disseleneto de polietilenimina -, mas estamos chegando perto de encontrar um substituto viável," disse Kong.

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