Meta-síntese
Todos nós já ouvimos dizer que "uma boa comida melhora o humor".
Além de uma relação bem estabelecida entre uma dieta pobre e condições de saúde mental, agora existe um vasto corpo de pesquisas examinando os benefícios da suplementação de nutrientes em pessoas com transtornos mentais.
Mas, de tão vasto o campo, as conclusões se espalham a ponto de conflitarem.
Para tentar lançar alguma luz sobre tanto resultado, uma equipe internacional de cientistas examinou as "melhores das melhores" evidências disponíveis - mais do que uma meta-análise, o método padrão para colocar numa mesma base pesquisas similares, eles fizeram uma meta-síntese, reunindo todas as meta-análises já feitas.
Essa meta-síntese contou com a participação do pesquisador brasileiro André Carvalho, atualmente professor na Universidade de Toronto (Canadá).
Poucos efeitos
O objetivo era fornecer uma visão clara dos benefícios de suplementos nutricionais específicos - incluindo dosagem, sintomas-alvo, segurança e tolerabilidade - em diferentes transtornos mentais.
Para isso, a equipe examinou 33 meta-análises de ensaios clínicos randomizados e dados de 10.951 pessoas com distúrbios de saúde mental, incluindo depressão, estresse e transtornos de ansiedade, transtorno bipolar, transtornos de personalidade, esquizofrenia e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).
Não espere uma receita simples para nenhum desses males: A maioria dos suplementos nutricionais avaliados não melhorou significativamente nenhuma das condições de saúde mental.
Os resultados foram tão decepcionantes que os pesquisadores se concentraram em numerar as exceções, aqueles casos em que as pesquisas indicam algum benefício, ainda que modesto.
Veja um sumário dos resultados:
A evidência mais forte foi encontrada para os suplementos de ômega-3 (um ácido graxo poliinsaturado) como um tratamento complementar para a depressão grave, reduzindo os sintomas da depressão mais do que os efeitos dos antidepressivos.
Houve alguma evidência sugerindo que os suplementos de ômega-3 também podem ter pequenos benefícios para a hiperatividade.
Não há evidências significativas de que o ômega-3 seja eficaz contra esquizofrenia e nenhuma das demais condições de saúde mental pesquisadas.
Houve evidências emergentes do aminoácido N-acetilcisteína como um tratamento adjuvante útil em transtornos de humor e esquizofrenia.
Tipos especiais de suplementos de folato podem ser eficazes como tratamentos complementares para depressão gravev e esquizofrenia, enquanto o ácido fólico mostrou-se ineficaz.
Atualmente, existe uma falta de evidências convincentes que apoiem o uso de vitaminas (como E, C ou D) e minerais (zinco e magnésio) para qualquer distúrbio mental.
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