15/02/2018

"Vacina" contra o câncer elimina tumores em animais

Redação do Diário da Saúde
Os pesquisadores ficaram entusiasmados com a capacidade de eliminação de tumores em todo o corpo.
[Imagem: Steve Fisch/UCSD]

Reforço imunológico no tumor

A injeção de dois agentes estimulantes do sistema imunológico, em quantidades minúsculas, diretamente em tumores sólidos, eliminou todos os vestígios de câncer em animais de laboratório, incluindo metástases distantes e não tratadas.

"Quando nós usamos esses dois agentes juntos, vimos a eliminação de tumores em todo o corpo. Esta abordagem supera a necessidade de identificar alvos imunes específicos de tumor e não requer ativação em larga escala do sistema imunológico ou personalização das células imunes de um paciente," resumiu o Dr. Ronald Levy, da Universidade de Stanford (EUA).

Um desses agentes já está aprovado para uso em seres humanos; o outro fármaco vem sendo testado para uso humano em vários ensaios clínicos não relacionados. Um ensaio clínico mais dirigido começou no mês passado para testar seu efeito no tratamento de pacientes com linfoma. Ou seja, há grandes possibilidades de que essa terapia dupla possa ser testada em humanos a curto prazo.

Os pesquisadores acreditam que a aplicação local de quantidades muito pequenas dos medicamentos pode servir como uma terapia contra o câncer rápida e relativamente barata, que provavelmente não causará os efeitos colaterais dramáticos associados com a estimulação imunológica do corpo inteiro, como se faz nas quimioterapias.

Imunoterapia contra câncer

Nos testes em camundongos, a terapia experimental funcionou para vários tipos diferentes de câncer, incluindo aqueles que surgem espontaneamente - normalmente, nesse tipo de pesquisa, o câncer é induzido nos animais.

Esta é a mesma equipe de pesquisadores que desenvolveu o rituximab, um dos primeiros anticorpos monoclonais aprovados para uso como tratamento anticancerígeno em humanos - ele tem sido usado sobretudo contra o linfoma. Esse tipo de tratamento é conhecido como imunoterapia contra o câncer, em que se tenta aproveitar o próprio sistema imunológico do paciente para combater o câncer, o que é feito dando-lhe agentes de reforço - por isso alguns cientistas a chamam de "vacina".

"Todos esses avanços da imunoterapia estão mudando a prática médica," disse o Dr. Levy. "Nossa abordagem usa uma aplicação única de quantidades muito pequenas de dois agentes para estimular as células imunes apenas dentro do próprio tumor. Nos camundongos, vimos efeitos surpreendentes em todo o corpo, incluindo a eliminação de tumores em todo o animal."

Por outro lado, alguns fracassos recentes mostraram que a imunoterapia pode ser uma linha de pesquisa perigosa se não houver muitos testes antes de sua aplicação em humanos.

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