02/07/2021

Vocação: Como ajudar os jovens a mirar em uma carreira de forma realista

Redação do Diário da Saúde
Vocação: O emprego que você quer versus o emprego que você consegue
Para pensar no que ser quando crescer, é bom mirar bem para o alto - sem perder os pés.
[Imagem: AkshayaPatra Foundation/Pixabay]

Cabeça nas estrelas e pés no chão

Quando se trata das aspirações profissionais entre os adolescentes, é melhor nas estrelas, para que eles possam talvez pousar na Lua.

A verdade é que as estrelas podem ser inatingíveis, então o trabalho dos sonhos do jovem pode permanecer inalcançável, sendo razoável esperar que ele acabe no lugar melhor possível.

Este é o conselho do professor Kevin Hoff, da Universidade de Houston (EUA), cujo trabalho está revelando a existência de discrepâncias importantes entre os empregos dos sonhos dos jovens e a realidade profissional.

"Quase 50% dos adolescentes aspiravam a carreiras investigativas ou artísticas, que juntas representam apenas 8% do mercado de trabalho," conta ele, salientando que "empregos investigativos" são aqueles no campo das ciências e das pesquisas.

O levantamento de Hoff incluiu compilar os níveis de risco de automação, os requisitos educacionais e os interesses vocacionais, ou aspirações de carreira, dos jovens.

"Os resultados revelaram que a maioria dos adolescentes aspirava a carreiras com baixo potencial de automação. No entanto, apareceram grandes discrepâncias entre as aspirações dos adolescentes e o número de vagas disponíveis no mercado de trabalho," detalhou o pesquisador.

Vocações para meninas e meninos

Para as meninas, as aspirações mais populares eram se tornar médicas, veterinárias, professoras e enfermeiras. Ser médica era mais popular no início da adolescência (representando cerca de 12% de todas as aspirações femininas aos 13-15 anos), enquanto ser veterinária, professora ou enfermeira eram mais populares no final da adolescência (16-18 anos).

Para os meninos, ser um atleta foi esmagadoramente a aspiração mais popular durante o início da adolescência (respondendo por 22-32% das aspirações masculinas aos 13-15 anos), mas se tornou menos popular no final da adolescência (respondendo por 5-13% dos 16-18 anos).

Vocação: O emprego que você quer versus o emprego que você consegue
Antes que seja tarde, é bom saber que, entre as coisas de que mais nos arrependemos, está não perseguir nossos ideais.
[Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]

"Tanto homens quanto mulheres mostraram um padrão semelhante de crescente variabilidade em suas aspirações de carreira com a idade, indicando objetivos de carreira mais diversos," disse Hoff.

Sonhos versus realidade

Na verdade, a realidade pode ter-se imposto. Por exemplo, a maioria dos meninos que queriam ser atletas profissionais aos 13 anos mudaram de ideia aos 18, quando seus talentos esportivos já eram claros, o que os fez aspirar a empregos mais acessíveis.

Assim, para Hoff, uma das maneiras mais importantes de ajudar os adolescentes a encontrar metas de carreira ambiciosas, mas realistas, é expondo-as a uma variedade de tipos de carreira que eles não veriam naturalmente em suas vidas diárias.

Segundo ele, não se deve desanimar os jovens quanto às suas pretensões, ou mesmo suas ambições, sendo necessário apenas ampliar as possibilidades para que eles tenham um bom plano de backup.

"É bom encorajar os estudantes a terem carreiras de prestígio, mas, à medida que envelhecem, os pais, professores ou conselheiros também devem ser verdadeiros com eles e ajudá-los a compreender quantas pessoas realmente trabalham no campo dos seus sonhos e qual a probabilidade de eles conseguirem um trabalho naquela área," disse Hoff.

Checagem com artigo científico:

Artigo: Dream Jobs and Employment Realities: How Adolescents’ Career Aspirations Compare to Labor Demands and Automation Risks
Autores: Kevin Hoff, Drake Van Egdom, Christopher Napolitano, Alexis Hanna, James Rounds
Publicação: Journal of Career Assessment
DOI: 10.1177/10690727211026183
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