11/09/2018

Estresse torna as pessoas mais suscetíveis às más notícias

Redação do Diário da Saúde
Estresse torna as pessoas mais suscetíveis às más notícias
Quando você está estressado, o otimismo vai embora rapidinho.
[Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]

Otimismo e más notícias

Sentir-se estressado ou ansioso torna as pessoas mais propensas a dar maior atenção e a internalizar as más notícias.

De fato, a bem documentada tendência de as pessoas darem mais atenção e gravarem melhor as boas notícias do que as más notícias - o viés do otimismo, comprovado por inúmeros estudos - desaparece quando as pessoas se sentem ameaçadas.

"Geralmente as pessoas são bastante otimistas - ignoramos o mal e abraçamos o bem. E de fato foi isso o que aconteceu quando os participantes do nosso estudo se sentiam calmos. Mas quando estavam sob estresse, um padrão diferente emergiu. Sob essas condições, eles se tornaram vigilantes às más notícias que lhes demos, mesmo quando a notícia não tinha nada a ver com a fonte de sua ansiedade," conta a professora Tali Sharot, da Universidade College de Londres.

Estresse e otimismo

Estudos anteriores mostraram que as pessoas são mais propensas a incorporar informações em suas crenças se as informações forem positivas. Esse otimismo pode ser bom para o bem-estar e manter as pessoas motivadas, mas pode ser inútil quando as pessoas subestimam riscos sérios.

Então os pesquisadores queriam entender melhor se a tendência humana geral de priorizar boas notícias pode variar dependendo de outras condições. Para isso eles fizeram duas rodadas de experimentos, uma em um laboratório na universidade inglesa, e outra com bombeiros em uma cidade do Colorado (EUA).

No laboratório, metade dos participantes foi informada no início do experimento de que, após completar uma tarefa, eles precisariam fazer uma palestra sobre um tópico surpresa na frente de um painel de juízes - elevando assim seus níveis de estresse. À outra metade foi dito que, após a tarefa, eles fariam um exame escrito.

A tarefa consistia em estimar o nível de risco de vários eventos ameaçadores - como ser vítima de um roubo doméstico ou de uma fraude no cartão de crédito - para a população em geral. Ao final, eles eram informados sobre o risco real - boas ou más notícias, dependendo de como eles se comparavam com a estimativa que haviam feito. Mais tarde, eles tinham que fornecer novas estimativas dos riscos desses eventos para eles mesmos.

Pessimismo acionado pelo medo

Como esperado, os participantes que não estavam estressados internalizaram as boas notícias melhor do que as ruins. Esses participantes continuaram a subestimar alguns riscos, mesmo quando lhes foi dito que o evento ameaçador era mais provável do que eles pensavam. O oposto ocorreu com os participantes estressados, que passaram a inflar os riscos que os eventos poderiam representar para eles próprios.

O estudo foi replicado, com resultados semelhantes, em um cenário do mundo real com os bombeiros.

"Um botão que automaticamente aumenta ou diminui sua capacidade de processar alertas em resposta a mudanças em seu ambiente pode ser útil. Sob ameaça, uma reação de estresse é acionada e aumenta a capacidade de aprender sobre perigos - o que poderia ser desejável. Por outro lado, em um ambiente seguro é um desperdício estar em alerta máximo constantemente. Uma certa quantidade de ignorância pode ajudar a manter sua mente mais sossegada," disse o coautor do estudo, Neil Garrett, da Universidade de Princeton (EUA).

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