O Instituto de Tecnologia em Fármacos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), obteve o registro de um novo medicamento contra a tuberculose, o 4 em 1, que reúne quatro princípios ativos em um só comprimido.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), essa formulação em dose fixa combinada é a mais eficaz no combate à tuberculose. De acordo com a Fiocruz, somente no ano passado, o Brasil registrou 71.123 novos casos da doença.
O medicamento permite melhor adesão e redução das taxas de abandono do tratamento, que é demorado.
Os princípios ativos do 4 em 1 são: rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol.
A fabricação do medicamento pela Farmanguinhos é fruto de parceria feita em 2010 com o laboratório indiano Lupin. Mas só agora a ANVISA concedeu o registro que permite a fabricação do medicamento.
De acordo com a gerente do projeto na Coordenação de Desenvolvimento Tecnológico da Farmanguinhos, Gisele Moreira, ao longo de três anos, o instituto receberá gradualmente a tecnologia para a produção no Complexo Tecnológico de Medicamentos (CTM), no Rio de Janeiro.
"De acordo com o cronograma, a produção na Farmanguinhos deve começar em 2017," informou Gisele Moreira, gerente do projeto. Nesse período inicial, o laboratório indiano se compromete a abastecer o Sistema Único de Saúde (SUS) com o medicamento.
Com o 4 em 1, a Farmanguinhos ampliará para quatro a linha de medicamentos para tratamento da doença, já que produz também a etionamida, a isoniazida e a isoniazida + rifampicina.
Tuberculose
A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, que afeta principalmente os pulmões. São notificados anualmente cerca de 6 milhões de novos casos em todo o mundo.
Embora curável em praticamente 100% das novas ocorrências, a doença mata mais de 1 milhão de pessoas por ano, informa a Organização Mundial da Saúde. A tuberculose matou mais de 4,4 mil brasileiros em 2012.
Entre os mais vulneráveis à doença estão os moradores de rua, cujo risco de infecção é 44 vezes maior do que o da população geral.
Em seguida, vêm as pessoas com HIV/AIDS, cujo risco é 35 vezes maior, a população carcerária, com 28 vezes mais risco, e os indígenas, com risco três vezes maior.
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