16/04/2018

Música intensifica efeito de anti-hipertensivos

Com informações da Agência Fapesp
Música intensifica efeito de medicamentos anti-hipertensivos
A ligação do nosso organismo com a música é maior do que se pensa: o cérebro toca sua própria música, possuindo algo parecido com "estações de rádio", com várias frequências, e ainda gosta de tocar bateria.
[Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]

Música contra hipertensão

Além de se programar para tomar corretamente os medicamentos anti-hipertensivos prescritos pelos cardiologistas nos horários indicados e adotar hábitos e estilos de vida saudáveis, os pacientes com hipertensão arterial podem incluir uma atividade prazerosa - e benéfica - na rotina do tratamento da doença: ouvir música logo após a medicação.

A música intensifica os efeitos benéficos dos anti-hipertensivos em um curto prazo de tempo após a medicação, concluíram pesquisadores da Universidade Estadual Paulista em Marília, Faculdade de Juazeiro do Norte, Faculdade de Medicina do ABC e Oxford Brookes University (Inglaterra).

"Observamos que a música melhorou a frequência cardíaca e os efeitos de anti-hipertensivos no período de até uma hora após a medicação," confirma o professor Vitor Engrácia Valenti.

Tocando para o remédio

Os pesquisadores da Unesp de Marília começaram a estudar nos últimos anos o efeito da música sobre o coração em situações de estresse. Uma das constatações que fizeram é que principalmente a música clássica tem o efeito de diminuir a frequência cardíaca.

"Constatamos que a música clássica ativa o sistema nervoso parassimpático [responsável por estimular ações que permitem ao organismo responder a situações de calma, como desaceleração dos batimentos cardíacos e diminuição da pressão arterial e da adrenalina e açúcar no sangue] e reduz a atividade do sistema simpático [que pode acelerar os batimentos cardíacos]," explicou Valenti.

Com base nessa constatação, eles decidiram avaliar o efeito da estimulação musical por meio de um método chamado de "variabilidade da frequência cardíaca" durante situações cotidianas, como no tratamento da hipertensão, em que a terapia musical tem sido estudada como uma intervenção complementar.

Os dados indicaram que a frequência cardíaca dos pacientes diminuiu 60 minutos após serem medicados e ouvirem música. Já quando tomaram o anti-hipertensivo de rotina e não ouviram música na sequência, a frequência cardíaca deles não sofreu alteração tão intensa.

As respostas dos medicamentos também foram mais intensas sobre a pressão arterial dos voluntários quando ouviram música após serem medicados, em termos de desaceleração dos batimentos cardíacos e diminuição da pressão arterial.

Uma das hipóteses levantadas pelos pesquisadores é que, ao ativar o sistema parassimpático, a música causa um aumento na atividade gastrointestinal dos pacientes hipertensos, acelerando a absorção de medicamentos anti-hipertensivos e intensificando os efeitos na frequência cardíaca.

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