21/10/2025

LED destrói células cancerígenas e preserva as saudáveis

Redação do Diário da Saúde
LED destrói células cancerígenas e preserva as saudáveis
O sistema de aquecimento por LED ativa nanoflocos de óxido de estanho, que aquecem e neutralizam as células cancerígenas (verde: células vivas; vermelho: células mortas pela terapia fototérmica).
[Imagem: University of Texas at Austin]

Terapia fototérmica

Uma nova terapia fototérmica (geração de calor por meio da luz) utiliza a luz de um LED comum, juntamente com minúsculas nanopartículas à base de estanho, para destruir células cancerosas com alta precisão, evitando os efeitos colaterais devastadores da quimioterapia, além de proteger o tecido saudável.

A quimioterapia tipicamente causa efeitos colaterais debilitantes porque destrói tanto células cancerosas quanto células saudáveis.

A nova alternativa promissora chama-se terapia fototérmica no infravermelho próximo, que usa luz para aquecer seletivamente as células tumorais, até levá-las à morte. Essa técnica já existe, mas hoje ela depende de lasers caros e especializados e não é tão seletiva assim, podendo danificar tecidos saudáveis com o calor intenso.

Hui-Ping Chang e colegas das universidades do Texas de Austin (EUA) e do Porto (Portugal) desenvolveram um método que simplifica e aprimora drasticamente essa terapia, tornando-a mais segura e acessível.

A inovação central é a substituição dos caros lasers pela luz de um LED (diodo emissor de luz), além do uso de um novo material catalisador, o óxido de estanho, mas na forma de flocos em escala microscópica.

Como funciona

A terapia começa com as nanopartículas de estanho sendo injetadas ou aplicadas na área do tumor. A área é então exposta à luz do LED. As nanopartículas absorvem a luz e a transformam em calor, aquecendo seletivamente e neutralizando apenas as células cancerosas, onde os nanflocos foram aplicados.

Os testes in vitro (em laboratório) demonstraram a segurança e a seletividade da abordagem: Em apenas 30 minutos de exposição à luz, a terapia matou até 92% das células de câncer da pele e 50% das células de câncer colorretal. Além disso, a técnica não causou efeitos nocivos nas células saudáveis da pele humana testadas, comprovando sua capacidade de direcionamento.

Os pesquisadores planejam agora aprofundar a compreensão da reação de luz e calor e desenvolver dispositivos portáteis para levar a tecnologia a clínicos e pacientes.

Para o câncer de pele em particular, os cientistas preveem que o tratamento poderá um dia migrar do hospital para a casa do paciente. Um dispositivo portátil de LED poderia ser usado após a cirurgia para irradiar e destruir quaisquer células cancerosas remanescentes, reduzindo drasticamente o risco de recorrência.

Checagem com artigo científico:

Artigo: SnOx Nanoflocos as Enhanced Near-Infrared Photothermal Therapy Agents Synthesized from Electrochemically Oxidized SnS2 Powders
Autores: Hui-Ping Chang, Filipa A. L. S. Silva, Eva Nance, José R. Fernandes, Susana G. Santos, Fernão D. Magalhães, Artur M. Pinto, Jean Anne C. Incorvia
Publicação: ACS Nano
DOI: 10.1021/acsnano.5c03135
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