01/04/2021

Nova variante do Sars-CoV-2 é identificada no Brasil

Redação do Diário da Saúde

Variante N9

Um estudo liderado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) identificou uma nova variante do Sars-CoV-2 no Brasil.

Chamada de N9, a linhagem foi caracterizada como variante de interesse por conter uma mutação na proteína S do novo coronavírus, conhecida de E484K, que também é encontrada em outras variantes com grande disseminação no planeta.

A alteração foi detectada em 35 amostras coletadas entre novembro de 2020 e fevereiro de 2021 em dez estados do Sul, Sudeste, Nordeste e Norte do país.

De acordo com os pesquisadores, a mutação E484K pode contribuir para que o novo coronavírus escape do sistema imunológico, conferindo resistência a anticorpos monoclonais e reduzindo a potência de neutralização de alguns soros de indivíduos convalescentes e vacinados.

Considerando que a alteração vem sendo encontrada em variantes surgidas em diferentes partes do mundo, os cientistas apontam para um provável processo de evolução convergente e adaptação do vírus ao hospedeiro humano, o se traduz em uma maior dificuldade em domar a pandemia de covid-19.

Variantes do coronavírus

Na lista de variantes de interesse que apresentam a mutação E484K estão as linhagens P2, detectada inicialmente no Rio de Janeiro, e B.1.526, encontrada em Nova York.

Variantes de preocupação, que acumulam diversas mutações que modificam a estrutura da proteína S, também possuem essa alteração, incluindo as linhagens P1, identificada originalmente no Amazonas; B.1.351, detectada primeiro na África do Sul; e B.1.1.7, que emergiu no Reino Unido.

"Acelerar a vacinação de toda população e a manutenção das medidas preventivas, como evitar aglomerações, usar máscara, lavar as mãos e usar álcool em gel, são estratégias fundamentais para diminuir a circulação viral. Quanto mais o vírus circula, maior a possibilidade de emergência de novas variantes e potencializa-se o risco de surgir uma variante capaz de escapar da resposta imune causada pela infecção natural ou pela vacinação," afirmou a pesquisadora Paola Cristina Resende, da Fiocruz.

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