11/06/2025

Novo equipamento cria maneira revolucionária de tratar o AVC

Redação do Diário da Saúde
Novo equipamento cria maneira revolucionária de tratar o AVC
Esquema da nova técnica, batizada de "milli-spinner", um "girador" em nível milimétrico. À direita, destaque para a redução no tamanho do coágulo alcançada pelo novo equipamento.
[Imagem: Yilong Chang et al. - 10.1038/s41586-025-09049-0]

Como um AVC é tratado?

No tratamento de um AVC isquêmico - em que um coágulo bloqueia o fluxo de oxigênio para o cérebro - cada minuto conta. Quanto mais rápido os médicos conseguirem remover o coágulo e restaurar o fluxo sanguíneo, mais células cerebrais sobreviverão e menor a probabilidade de os pacientes sofrerem com sequelas.

Mas as tecnologias atuais só conseguem remover coágulos com sucesso na primeira tentativa em cerca de 50% dos casos e, em cerca de 15% dos casos, falham completamente.

Para tentar superar essas deficiências, Yilong Chang e colegas da Universidade de Stanford (EUA) desenvolveram uma nova técnica que consegue melhorar significativamente as taxas de sucesso no tratamento de acidentes vasculares cerebrais (AVCs), bem como ataques cardíacos, embolia pulmonar e outras doenças relacionadas à formação de coágulos.

"Na maioria dos casos, estamos mais que dobrando a eficácia da tecnologia atual e, para os coágulos mais resistentes - que removemos apenas cerca de 11% das vezes com os dispositivos atuais -, conseguimos abrir a artéria na primeira tentativa em 90% dos casos," disse Jeremy Heit, membro da equipe. "É inacreditável. Esta é uma tecnologia revolucionária que melhorará drasticamente nossa capacidade de ajudar as pessoas."

Novo equipamento cria maneira revolucionária de tratar o AVC
Foto do aparelho real, um longo tubo oco que gira rapidamente para desmontar o coágulo, sugando o que restar dele.
[Imagem: Andrew Brodhead]

Como funciona?

Os coágulos sanguíneos se mantêm coesos graças a emaranhados de fibrina, uma proteína resistente e filamentosa que retém glóbulos vermelhos e outros materiais, formando um aglomerado pegajoso. Normalmente os médicos tentam removê-los inserindo um cateter na artéria e aspirando o coágulo ou prendendo-o com uma tela metálica.

Mas esses métodos nem sempre funcionam e podem romper os filamentos de fibrina, fazendo com que pedaços do coágulo se soltem e se alojem em locais novos e mais difíceis de alcançar.

O novo equipamento, que também alcança o coágulo por meio de um cateter, consiste em um tubo longo e oco que pode girar rapidamente, com uma série de aletas e fendas que ajudam a criar uma sucção localizada perto do coágulo. Isso aplica duas forças - compressão e cisalhamento - para enrolar os fios de fibrina em uma bola compacta, sem quebrá-los.

Os testes mostraram que o equipamento consegue reduzir um coágulo a apenas 5% do seu volume original. O processo libera os glóbulos vermelhos, que se movem normalmente pelo corpo quando não estão mais presos na fibrina, e a nova bola de fibrina, que fica minúscula em relação à original, é sugada para dentro do cateter e para fora do corpo.

O equipamento já foi submetido às autoridades de saúde, em busca de aprovação para seu uso clínico.

Checagem com artigo científico:

Artigo: Milli-spinner thrombectomy
Autores: Yilong Chang, Shuai Wu, Qi Li, Benjamin Pulli, Darren Salmi, Paul Yock, Jeremy J. Heit, Ruike Renee Zhao
Publicação: Nature
DOI: 10.1038/s41586-025-09049-0
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