Superexame rápido, preciso e barato dispensa laboratório

A parte ativa do teste são minúsculas nanopartículas de ouro, projetadas para detectar quantidades extremamente pequenas de proteínas relacionadas a doenças - mesmo sendo de ouro, as nanopartículas são minúsculas, custando muito pouco.
[Imagem: Jason Drees]

Exames feitos na hora

Um exame inovador promete mudar a rapidez e a confiabilidade com que detectamos doenças como covid-19, ebola, AIDS, doença de Lyme e muitas outras.

O teste utiliza apenas uma gota de líquido corporal, que pode ser sangue, saliva ou urina, é muito barato e fornece resultados em apenas 15 minutos.

O novo dispositivo de diagnóstico, chamado NasRED (sigla em inglês para Detecção Eletrônica Rápida Suportada por Nanopartículas), é simples e portátil o suficiente para ser usado em praticamente qualquer lugar, de hospitais urbanos a postos de saúde em zonas rurais.

Ainda assim, o teste demonstrou uma precisão com qualidade de laboratório, e isso sem exigir equipamentos caros e nem pessoal especializado.

O dispositivo é tão sensível que consegue detectar doenças mesmo quando há apenas algumas centenas de moléculas presentes em uma pequena amostra de fluido - apenas uma fração de uma única gota. Trata-se de uma concentração quase 100.000 vezes menor do que a exigida pelos testes laboratoriais padrão.

"Alcançamos a velocidade e a facilidade de uso de um teste rápido de antígeno com sensibilidade ainda melhor do que os testes de laboratório," disse Chao Wang, da Universidade do Estado do Arizona (EUA). "Isso é muito difícil de conseguir."

O "superexame" funciona em qualquer lugar e deverá custar algumas dezenas de reais, estimam os pesquisadores.
[Imagem: Yeji Choi et al. - 10.1021/acsnano.5c12083]

Antígenos e anticorpos

O elemento central do novo teste são minúsculas nanopartículas de ouro, projetadas para detectar quantidades extremamente pequenas de proteínas relacionadas a doenças. Os pesquisadores revestem essas nanopartículas com moléculas especiais projetadas para detectar doenças específicas.

Algumas nanopartículas carregam anticorpos, moléculas que agem como atratores. Os anticorpos aderem às proteínas liberadas por vírus ou bactérias quando infectam o corpo. Outras nanopartículas carregam antígenos, fragmentos de proteínas retirados diretamente dos próprios vírus ou bactérias. Estes atraem naturalmente os anticorpos produzidos pelo corpo para combater infecções.

Uma vez revestidas, essas nanopartículas são combinadas com uma pequena amostra de fluido corporal, como uma gota de sangue, saliva ou fluido nasal. Se houver alguma doença, a maioria das nanopartículas ficará mais pesada, afundando no fluido. Se não houver doença, elas permanecerão suspensas no líquido.

Para automatizar tudo, a equipe construiu um pequeno equipamento, no interior do qual um LED emite luz através do líquido. Um detector eletrônico do outro lado então detecta a quantidade de luz que atravessa o líquido - mais luz significa que as nanopartículas afundaram, deixando o fluido superior mais transparente, indicando a presença da doença.