28/10/2009

Uso do celular causa cegueira não-intencional

Redação do Diário da Saúde
Uso do celular causa
Ao identificar as pessoas na rua, já usando os celulares, os pesquisadores faziam com que um palhaço passasse à sua frente, andando em um monociclo. Apenas um quarto das pessoas viram o palhaço.
[Imagem: Wikimedia/Rdikeman]

Cegueira momentânea

Todas as pessoas passam por momentos de total distração, quando parecemos flutuar no espaço e acabamos tropeçando em algo que está em nosso caminho. Isto é o que pesquisadores chamam de "cegueira não-intencional," uma incapacidade momentânea de perceber objetos à nossa volta.

Pesquisadores da Universidade de Washington resolveram testar a teoria da "cegueira não-intencional" quando as pessoas estão às voltas com algo um pouco mais intencional do que uma distração fortuita: o uso do telefone celular.

Palhaço no monociclo

A pesquisa acompanhou casos reais de pessoas que estavam usando seus telefones celulares no seu dia-a-dia. Ao identificar as pessoas na rua, já usando os celulares, os pesquisadores faziam com que um palhaço passasse à sua frente, andando em um monociclo.

Apenas 25% das pessoas que estavam usando o celular perceberam a passagem do palhaço bem à sua frente.

Os usuários de celulares foram os mais distraídos de todos os grupos, que incluíram pessoas ouvindo iPod, casais conversando e pessoas andando sozinhas, sem uso de nenhum aparelho. As pessoas que andavam sozinhas perceberam a passagem do palhaço em pouco mais de 50% das ocasiões.

Dificuldades para andar

Em outros testes, os pesquisadores detectaram que os usuários de celulares têm dificuldades de desempenhar adequadamente mesmo as tarefas mais simples, como andar normalmente, algo que exige muito poucos recursos cognitivos.

Ao usar o celular, as pessoas andam mais lentamente, mudam de direção mais frequentemente, saem do seu caminho e só muito raramente percebem outras pessoas ao seu lado.

"Se as pessoas têm dificuldades de andar quando usam o celular, imagine o que isto significa quando elas estão dirigindo. As pessoas não devem dirigir falando ao celular," diz a Dra Ira E. Hyman, coordenadora do estudo, que será publicado no próximo exemplar do jornal Applied Cognitive Psychology.

Familiaridade

Outro resultado importante da pesquisa é que o nível de familiaridade da pessoa com o ambiente na qual ela se encontrava enquanto usava o celular não afeta a sua capacidade de percepção da situação e das pessoas à sua volta.

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