05/11/2025

Adesivo detecta precocemente suspeitas de câncer de pele

Redação do Diário da Saúde
Adesivo detecta precocemente suspeitas de câncer de pele
O adesivo não precisa de bateria e nem de chips, o que o torna leve e confortável.
[Imagem: Wake Forest University School of Medicine]

Sensor de câncer de pele

Pesquisadores desenvolveram um adesivo inovador, sem bateria, que promete ajudar a detectar o câncer de pele mais precocemente e com mais precisão, salvando vidas ao tornar o rastreamento mais acessível e menos invasivo.

O câncer de pele, especialmente o melanoma, é uma das formas mais perigosas de câncer. A detecção precoce é fundamental para o sucesso do tratamento, mas os métodos atuais geralmente dependem da inspeção visual, que pode ser subjetiva e não detectar os primeiros sinais de alerta. Ferramentas de diagnóstico mais avançadas, como biópsias e exames de imagem, geralmente estão disponíveis apenas em clínicas especializadas.

Hina Imtiaz e colegas da Universidade Wake Forest (EUA) criaram uma alternativa na forma de um adesivo bioeletrônico, projetado para medir as propriedades elétricas (bioimpedância) de lesões cutâneas de forma simples e não invasiva.

A bioimpedância indica a facilidade com que os sinais elétricos passam pelo tecido vivo. Áreas cancerosas geralmente apresentam propriedades elétricas diferentes das da pele saudável. Ao medir a bioimpedância, o adesivo pode ajudar a identificar áreas anormais que podem exigir avaliação médica mais aprofundada.

O adesivo é único porque não requer baterias ou chips, o que o torna leve, descartável e barato. Ao contrário da inspeção visual, o adesivo fornece dados numéricos objetivos sobre a saúde da pele, reduzindo o risco de biópsias desnecessárias e ajudando os médicos a tomar decisões mais informadas.

Adesivo detecta precocemente suspeitas de câncer de pele
O adesivo funciona com base no fenômeno da bioimpedância.
[Imagem: Hina Imtiaz et al. - 10.1038/s44385-025-00037-7]

Eficácia

Para testar a eficácia do adesivo, a equipe recrutou 10 voluntários. O adesivo foi aplicado em cada participante tanto em uma lesão pigmentada da pele (como uma pinta), quanto em pele saudável próxima. O adesivo utilizou sinais elétricos suaves e seguros para medir a bioimpedância. Métodos estatísticos confirmaram diferenças significativas entre a pele saudável e pele anormal.

Os testes mostraram que o dispositivo consegue distinguir claramente entre pele saudável e manchas que podem ser preocupantes, captando sinais elétricos únicos de pintas ou lesões suspeitas, independentemente do tom de pele.

"O câncer de pele é mais tratável quando detectado precocemente, mas muitas pessoas não têm acesso fácil a cuidados dermatológicos especializados," disse o professor Mohammad Moghimi. "Nosso adesivo vestível foi projetado para ser acessível, confortável e fácil de usar, mesmo fora do consultório médico. Ele pode capacitar pacientes e profissionais de saúde a monitorar lesões cutâneas suspeitas e buscar ajuda mais rapidamente."

A equipe planeja aprimorar ainda mais o adesivo, integrando eletrodos de hidrogel condutores, para um desempenho e conforto ainda melhores. A próxima fase envolverá estudos clínicos maiores para testar a eficácia do adesivo em cenários reais e determinar sua capacidade de distinguir entre lesões benignas e malignas.

Checagem com artigo científico:

Artigo: Wearable battery-free chip-less patch for bioimpedance measurement of cutaneous lesions
Autores: Hina Imtiaz, Ellaine Ray, Enosh Lim, Mansour Tahernezhadi, Mohammad J. Moghimi
Publicação: npj Biomedical Innovations
Vol.: 2, Article number: 32
DOI: 10.1038/s44385-025-00037-7
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