Iguais nos benefícios, diferentes nos malefícios
Os medicamentos aspirina e varfarina (ou warfarina) têm efeitos similares para evitar o risco de derrames, hemorragias cerebrais e infartos em pacientes sem arritmias.
A conclusão é de um estudo com 10 anos de duração, realizado por uma equipe internacional de médicos e publicada hoje na revista científica New England Journal of Medicine.
Mas a pesquisa não indica que a prática seja segura: os médicos destacam que as duas drogas têm benefícios similares, mas cada uma delas tem seu próprio conjunto de efeitos colaterais.
Por exemplo, a varfarina reduz o risco da formação de coágulos sanguíneos fatais mais do que a aspirina, mas ao custo de elevar o risco de hemorragias.
Trocando de risco
O risco de combinado de morte, derrame e hemorragia cerebral foi de 7,47% por ano para os voluntários do estudo que tomaram o anticoagulante varfarina, e de 7,93% para aqueles que tomaram aspirina.
Estatisticamente, esta diferença não é significativa, equivalendo a um empate técnico.
Quanto aos derrames, o risco dos que tomaram varfarina foi cerca de metade da aspirina (0,72% contra 1,36% por ano).
Mas este "ganho" teve um alto preço: os pacientes que tomaram varfarina apresentaram mais do que o dobro do risco de terem hemorragias sérias (1,80% contra 0,87% por ano).
Os resultados, afirmam os pesquisadores, cancelam-se.
Prós e contras
Para pacientes com insuficiência cardíaca, um coração mais fraco significa um risco maior de coágulos sanguíneos que podem levar a um acidente vascular cerebral, eventualmente fatal ou incapacitante.
A aspirina diminui a formação de coágulos, enquanto a varfarina afina o sangue, reduzindo assim o risco de derrame devido a uma coágulo ou bloqueio de uma artéria cerebral - mas o sangue mais fino aumenta muito o risco de hemorragias.
Ao contrário da aspirina, a varfarina exige receita médica e exames de sangue regulares para monitorar os níveis de coagulação e ajustar as doses da droga.
Como a aspirina é mais barata do que a varfarina, os médicos deverão continuar mantendo esta em suas receitas, afirmam os pesquisadores.
Apesar das inúmeras controvérsias, já é comum que os médicos receitem aspirina para a prevenção de ataques cardíacos.
Pesquisas mais recentes, igualmente controversas, têm mostrado efeitos da aspirina contra o câncer.
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