17/07/2014

Aumento de infecções por HIV no Brasil causa surpresa

Com informações da Agência Brasil

Segundo o Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV e AIDS) indica que as novas infecções por HIV no Brasil aumentaram 11% entre 2005 e 2013.

No ano passado, o país registrou 47% de todos os novos casos contabilizados na América Latina.

A estimativa do Unaids é que 1,6 milhão de pessoas vivem com HIV na região. A maioria dos casos (75%) se concentra em cinco países - Argentina, Brasil, Colômbia, México e Venezuela.

A América Latina registrou queda de 3% em novas infecções entre 2005 e 2013, mas os índices variam de país para país. O México, por exemplo, registrou queda de 39% e o Peru, de 26%.

O cálculo é que, na região, dez novas infecções por HIV são registradas a cada hora. Os grupos particularmente vulneráveis a novas infecções e que representam uma parcela significativa de soropositivos incluem transgêneros; homens gays; homens que fazem sexo com homens; homens e mulheres que atuam como profissionais do sexo e seus clientes; e usuários de drogas.

Os dados mostram ainda que aproximadamente um terço das novas infecções na América Latina ocorre em pessoas jovens, com idade entre 15 anos e 24 anos. "Populações mais vulneráveis enfrentam altos níveis de estigma, discriminação e violência, que criam obstáculos no acesso à prevenção da doença, ao tratamento, ao cuidado e aos serviços de apoio", informou o Unaids.

Cobertura antirretroviral

O órgão destacou, entretanto, que a América Latina continua a ser a região com a maior cobertura antirretroviral do mundo - aproximadamente 45% dos 1,6 milhão de pessoas com HIV que têm acesso à terapia.

Novamente, os índices variam de país para país. Brasil, Chile, El Salvador, México, Peru e Venezuela registram mais de 40% de cobertura, enquanto o tratamento na Bolívia alcança menos de 20% das pessoas infectadas.

O relatório ressaltou também que Brasil e Panamá alteraram recentemente o protocolo de atendimento para soropositivos, possibilitando que todas as pessoas com HIV, independentemente da carga viral do paciente.

O relatório destaca que, na África Subsaariana, quase 90% das pessoas que testaram positivo para HIV buscaram acesso à terapia antirretroviral. Dessas, 76% alcançaram a supressão da carga viral, reduzindo significativamente o risco de transmissão para seus parceiros. Estudos recentes indicam que, para cada 10% de ampliação na cobertura antirretroviral, os casos de novas infecções caem 1%.

Fim da epidemia de AIDS

"Se acelerarmos os esforços até 2020, estaremos no caminho certo para acabar com a epidemia em 2030", disse o diretor-executivo do Unaids, Michel Sidibé. "Se não conseguirmos, corremos o risco de aumentar significativamente o tempo que seria necessário para isso - adicionando uma década, se não mais", completou.

"Não haverá o fim da AIDS sem que as pessoas sejam colocadas em primeiro lugar, sem assegurar que as pessoas que vivem a epidemia sejam parte de uma nova estratégia", disse o diretor-executivo do Unaids. "Sem uma abordagem centrada nas pessoas, não conseguiremos avançar na era pós-2015", concluiu.

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