A ferramenta Google Instant usa algoritmos complexos para adivinhar o que o usuário está querendo pesquisar a partir do momento em que ele começa a digitar.
Contudo, parece que os efeitos dessas sugestões podem ser mais sérios do que simplesmente ajudar os usuários a encontrar as informações mais rapidamente.
O recurso também perpetua estereótipos racistas, sexistas e homofóbicos - esta é a conclusão de Paul Baker e Amanda Potts, da Universidade de Lancaster (Reino Unido).
"É evidente que estas questões sugeridas aparecem porque são os tipos de perguntas que outras pessoas já digitaram no Google com uma frequência relativamente alta," escrevem Baker e Potts em um artigo na revista científica Critical Discourse Studies.
"Também é provável que, uma vez que determinadas questões se tornam particularmente frequentes, elas vão ser clicadas com mais frequência, aumentando assim a sua popularidade ainda mais, de forma que continuarão a aparecer como autossugestões.
"Parece que os seres humanos já moldaram a internet à sua imagem, ensinando estereótipos aos motores de busca e até mesmo treinando-os para apressadamente apresentá-los como resultados de 'relevância máxima'," avaliam os pesquisadores.
Para estudar o assunto, a dupla dividiu as sugestões do autocompletar em categorias para proporcionar uma análise detalhada de como determinados grupos sociais - muçulmanos, judeus, cristãos, asiáticos e lésbicas - parecem estar associados com determinadas qualidades.
"Curiosamente, a categoria de controle 'pessoa' produziu proporcionalmente as perguntas mais negativas, que tendem a se concentrar em por que as pessoas se envolvem em comportamentos perniciosos," escrevem eles. "No entanto, também foram relativamente altas as proporções de questões negativas avaliativas para os negros, gays e homens."
Baker e Potts estão preocupados que os grupos que "ou constituem uma minoria ou estiveram sujeitos à opressão, agora ou no passado" possam estar sendo ainda mais estereotipados.
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