27/08/2019

Autoconfiança excessiva pode ser usada para persuadir ou enganar

Redação do Diário da Saúde
Autoconfiança excessiva pode ser usada para persuadir ou enganar
Você pode obter vantagens reais em demonstrar um excesso de confiança. Quanto à ética da atitude, isso fica a cargo de cada um.
[Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]

Vantagens da autoconfiança

Ter confiança em si mesmo é essencial, mas há um limite: Muitas pessoas podem se comportar com excesso de confiança como meio de persuadir ou enganar outras pessoas.

Cientistas que estudam o comportamento humano já haviam revelado, através de vários experimentos, que muitas pessoas tendem a superestimar suas próprias habilidades ou características. A maioria das pessoas pensa que é mais inteligente do que realmente é, a maioria das pessoas parece pensar que é um motorista melhor do que todas as outras na estrada, e isso apenas para citar dois exemplos.

Mas por que isso?

Os professores Peter Schwardmann (Universidade de Munique) e Joel van der Weele (Universidade de Amsterdã) se propuseram a tentar responder a essa pergunta verificando se haveria alguma vantagem em ser excessivamente confiante que fosse além dos ganhos afetivos já demonstrados em outros estudos.

Para isso, eles realizaram um experimento de dois estágios, planejado para revelar possíveis vantagens.

Na primeira parte do experimento, um grupo de voluntários passou por um teste de inteligência; metade foi informada de que receberia US$ 15 se conseguisse convencer outras pessoas de que se saíram muito bem no teste. Depois de fazer o teste, todos os voluntários receberam seus resultados e deviam então convencer seus colegas de que tinham se saído muito bem.

Sem que eles soubessem, contudo, nem todos receberam suas pontuações reais: Alguns receberam resultados mais altos, enquanto outros receberam uma pontuação mais baixa do que suas notas reais. Os pesquisadores então estudaram o comportamento de cada um enquanto eles tentavam convencer os outros de que eram realmente inteligentes.

Os voluntários que receberam uma pontuação no teste mais alta do que seu resultado real mostraram muito mais confiança na tarefa de convencimento do que aqueles que viram uma pontuação pior do que a que haviam tirado de fato, engajando-se em demonstrar uma inteligência em um nível que eles não possuíam.

Confiança e ética

A segunda parte do experimento foi projetada para descobrir se o excesso de confiança daria às pessoas uma vantagem ao lidar com as outras pessoas. Isso envolveu analisar o comportamento dos voluntários quando eles tentavam persuadir um empregador simulado de que haviam se saído bem no teste e, por isso, mereciam o emprego.

Aqueles que foram informados de uma nota alta no teste, fosse ela real ou não, foram mais capazes de convencer o empregador - um exemplo claro de uma vantagem do excesso de confiança, dizem os pesquisadores.

A dupla de cientistas não faz julgamentos de valores: Apenas informa que você pode obter vantagens reais em demonstrar um excesso de confiança. Quanto à ética da atitude, isso fica a cargo de cada um.

Siga o Diário da Saúde no Google News

Ver mais notícias sobre os temas:

Comportamento

Ética

Trabalho e Emprego

Ver todos os temas >>   

A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos.
Copyright 2006-2024 www.diariodasaude.com.br. Todos os direitos reservados para os respectivos detentores das marcas. Reprodução proibida.