13/10/2025

Quando o robô se torna chefe, obediência e produtividade mudam no trabalho

Redação do Diário da Saúde
Quando o robô se torna chefe, obediência e produtividade mudam no trabalho
Konrad Maj com um dos robôs usados no estudo.
[Imagem: SWPS University]

Um robô como chefe no trabalho

O desenvolvimento da inteligência artificial e da robótica tem levado os cientistas a se fazerem algumas perguntas curiosas, mas que envolvem possibilidades que poderão ter impacto direto no nosso dia-a-dia no futuro próximo.

Por exemplo, como um robô irá se sair como chefe no trabalho? Afinal, com a capacidade de reunir todas as informações disponíveis em um único instante, os robôs - sejam virtuais ou corporificados - logo poderão assumir a chefia de grupos de trabalho não tão qualificados.

Konrad Maj e colegas da Universidade SWPS (Polônia) descobriram que, embora os robôs possam ganhar obediência usando as mais diferentes táticas e mecanismos de convencimento, a obediência que eles suscitam nos trabalhadores humanos não é tão forte quanto aquela gerada por um chefe humano.

O nível de obediência aos robôs permaneceu tipicamente menor do que aquele dirigido a qualquer figura de autoridade humana, além do que a eficiência no trabalho sob a supervisão de um robô foi muito menor.

Piora muito

O tempo médio para cumprir uma tarefa sob supervisão humana foi de 23 segundos, enquanto nos grupos de voluntários supervisionados por um robô esse tempo aumentou para 82 segundos, mais de 3,5 vezes maior. Já o número médio de tarefas executadas sob chefia humana foi de 355, contra 224 com o chefe robótico, uma redução de 37%.

Para empregadores e departamentos de RH, isso significa a necessidade de levar em consideração os aspectos psicológicos da implementação de robôs no ambiente de trabalho - sua percepção como figura de autoridade, a confiança neles e a potencial resistência a seguir suas ordens são elementos significativos que deverão impactar diretamente os resultados do chefe robótico.

Os pesquisadores agora estão debatendo - e pretendem pesquisar - se um robô humanoide frente aos trabalhadores humanos poderia alcançar resultados melhores.

"Um robô que se parece com um humano e se comunica como um humano simplesmente se torna fácil de usar. Mas também há um lado negativo nisso: Se criarmos robôs muito semelhantes aos humanos, deixaremos de ver limites. As pessoas começarão a fazer amizade com eles, exigir que lhes sejam concedidos vários direitos e talvez até se casem com eles no futuro. A longo prazo, robôs humanoides podem criar um abismo entre as pessoas. Também haverá mais mal-entendidos e aversão - e isso porque os robôs domésticos serão personalizados, sempre disponíveis, empáticos na comunicação e compreensivos. As pessoas não são tão compatíveis," disse Maj.

Checagem com artigo científico:

Artigo: Comparing obedience and efficiency in tedious task performance under human and humanoid robot supervision
Autores: Konrad Maj, Tomasz Grzyb, Dariusz Doliski, Magda Franjo
Publicação: Cognition Technology & Work
DOI: 10.1007/s10111-024-00787-1
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