16/10/2020

Descoberta célula responsável por consertar o coração após um infarto

Redação do Diário da Saúde
Descoberta célula responsável por consertar o coração após um infarto
A descoberta desse tipo especializado de célula abre caminho para melhores tratamentos para doenças cardíacas.
[Imagem: Universidade de Málaga]

Célula que conserta o coração

Uma equipe internacional de cientistas identificou as células cardíacas encarregadas de reparar os danos causados ao coração por um infarto.

Essas células "reparadoras" consistem em uma população de fibroblastos cardíacos que desempenham um papel crucial na geração da cicatriz colágena necessária para prevenir a ruptura da parede ventricular.

A pesquisa também revelou os mecanismos moleculares que ativam essas células e regulam sua função.

Esta descoberta, segundo os pesquisadores, permitirá a identificação de novos alvos terapêuticos e o desenvolvimento de terapias direcionadas para controlar o processo de reparo cardíaco após o infarto.

Fibroblastos cardíacos reparadores

Os fibroblastos cardíacos são um dos componentes essenciais do coração. Essas células desempenham um papel fundamental na manutenção da estrutura e da mecânica do órgão vital.

"Estudos recentes têm mostrado que os fibroblastos não respondem de forma homogênea à lesão cardíaca, então o objetivo do nosso estudo foi definir sua heterogeneidade durante a remodelação ventricular e entender os mecanismos que regulam a função dessas células," explicou Felipe Prósper, da Clínica Universitária de Navarra (Espanha).

A equipe identificou uma subpopulação dentre os fibroblastos cardíacos com um papel crucial após uma lesão cardíaca. Eles batizaram essas células de Fibroblastos Cardíacos Reparadores (FCR).

"Nós verificamos que, quando um paciente sofre um infarto, esses FCRs se ativam para fornecer uma resposta fibrótica que gera uma cicatriz colágena que impede a ruptura do tecido cardíaco," explicou o pesquisador.

Os resultados indicam que o FCR ativa a cicatrização das lesões cardíacas pela segregação de uma proteína chamada CTHRC1.

Portanto, essa molécula pode ser considerada um biomarcador associado ao estado fisiológico de um coração danificado e um potencial alvo terapêutico para pacientes que tiveram um infarto do miocárdio ou que sofrem de cardiomiopatia dilatada, disse a equipe.

Checagem com artigo científico:

Artigo: Single-Cell RNA-seq Analysis Reveals a Crucial Role for Collagen Triple Helix Repeat Containing 1 (CTHRC1) Cardiac Fibroblasts after Myocardial Infarction
Autores: Adrian Ruiz-Villalba, Juan P. Romero, Silvia C. Hernandez, Amaia Vilas-Zornoza, Nikolaus Fortelny, Laura Castro-Labrador, Patxi San Martin-Uriz, Erika Lorenzo-Vivas, Paula García-Olloqui, Marcel Palacios, Juan José Gavira, Gorka Bastarrika, Stefan Janssens, Ming Wu, Elena Iglesias, Gloria Abizanda, Xabier Martinez de Morentin, Miren Lasaga, Nuria Planell, Christoph Bock, Diego Alignani, Gema Medal, Beatriz Pelacho, Igor Prudovsky, Yong-Ri Jin, Sergey Ryzhov, Haifeng Yin, David Gomez-Cabrero, Volkhard Lindner, David Lara-Astiaso, Felipe Prósper
Publicação: Circulation
DOI: 10.1161/CIRCULATIONAHA.119.044557
Siga o Diário da Saúde no Google News

Ver mais notícias sobre os temas:

Coração

Biologia

Células-tronco

Ver todos os temas >>   

A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos.
Copyright 2006-2024 www.diariodasaude.com.br. Todos os direitos reservados para os respectivos detentores das marcas. Reprodução proibida.