Riqueza demais
O naturalista David Attenborough disse certa vez que "Quem acredita que o crescimento econômico infinito é possível em um planeta fisicamente finito, ou é louco, ou é economista."
E há outros problemas com o nosso sistema econômico capitalista, que não leva em conta o fator tempo nas suas equações: O sistema baseado no lucro individual leva a uma desigualdade crescente, com alguns poucos bilionários e bilhões de pessoas abaixo da linha da pobreza. Atualmente, os oito indivíduos mais ricos do mundo têm tanta riqueza quanto os 50% mais pobres da população mundial.
Então, será que podemos afirmar que o excesso de riqueza é imoral, já que não distribui aquadamente a riqueza, que é gerada pelo trabalho de todos?
A resposta que os cientistas encontraram quando pesquisaram este assunto não deixa de surpreender: A maioria das pessoas entrevistadas não vê tanto problema no acúmulo excessivo de dinheiro. Por outro lado, foram os membros das sociedades mais igualitárias e mais ricas do que a média que se mostraram mais propensos a acreditar que é errado ter dinheiro demais.
Jackson Trager e Mohammad Atari, da Universidade de Massachusetts Amherst (EUA) reuniram pesquisas que refletiam dados demográficos em termos de gênero, educação e idade para 20 países. A pergunta foi direta: "É moralmente errado ter muito dinheiro?". O termo "muito dinheiro" não foi quantificado, dadas as amplas variações individuais e culturais sobre quanto dinheiro é considerado excessivo.
Maior desigualdade, menor condenação da riqueza excessiva
As pessoas na Rússia, Suíça e Irlanda apresentaram as maiores objeções morais ao excesso de riqueza, e as pessoas no Peru, Argentina e México apresentaram as menores objeções. Globalmente, a resposta média ficou entre "nada errado" e "moderadamente errado".
Países caracterizados pela igualdade econômica e social se opuseram moralmente mais à riqueza excessiva do que nações com altos níveis de desigualdade. Os entrevistados que valorizavam a autoridade e as pessoas sendo recompensadas por seu trabalho e habilidade mostraram-se menos propensos a condenar a riqueza excessiva, assim como aqueles da direita política.
Os resultados da pesquisa também revelaram uma associação entre a condenação moral da riqueza excessiva e valores relacionados à igualdade e pureza, bem como à idade mais jovem. Segundo os autores, a ligação entre pureza e condenação da riqueza pode estar relacionada a preocupações de que grandes quantias de dinheiro e as infinitas possibilidades de autoindulgência que o dinheiro proporciona sejam capazes de corromper os indivíduos, reduzindo sua pureza espiritual. A riqueza extrema, para algumas dessas pessoas, foi taxada como repugnante.
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