10/07/2015

Equívocos e dúvidas sobre a dupla mastectomia

Com informações da Umich
Equívocos e dúvidas sobre a dupla mastectomia
Maioria das pacientes de câncer de mama não sabia que o procedimento agressivo não aumentava seu índice de sobrevivência. O assunto ganhou atenção depois da chamada "síndrome de Angelina Jolie".
[Imagem: Universidade de Michigan]

Sobrevivência

Uma pesquisa com mulheres com câncer de mama constatou que quase metade delas consideraram passar por dupla mastectomia.

Mas, dentre aquelas que cogitaram a cirurgia, apenas 37% sabiam que o procedimento mais agressivo não amplia a sobrevivência para mulheres com câncer de mama.

Entre as mulheres que receberam a dupla mastectomia, 36% acreditavam que teriam mais chances de viver mais.

Contudo, os estudos têm mostrado que, para as mulheres em risco médio de um segundo câncer, remover a mama não afetada não significa aumentar o índice de sobrevivência.

Mastectomia profilática contralateral

O estudo, que foi apresentado no encontro anual da American Society of Clinical Oncology, ouviu 1.949 mulheres que tinham sido tratadas por câncer de mama.

Cerca de 20% das mulheres que participaram da pesquisa tiveram ambos os seios removidos, um procedimento chamado mastectomia profilática contralateral. Mesmo entre as pacientes sem mutação genética ou histórico familiar que poderia colocá-las em risco de desenvolver câncer na outra mama, 19% passaram pela dupla mastectomia.

As recomendações do cirurgião - ou as percepções das recomendações do cirurgião - desempenharam um grande papel. Apenas 4% das mulheres que não tiveram recomendação do seu cirurgião para fazer a dupla mastectomia passaram pelo procedimento. Mas 59% das mulheres que entenderam que o cirurgião apoiava o procedimento passaram pela dupla mastectomia.

Desinformação sobre a mastectomia

"Nossa conclusão de que tantas mulheres estão passando por uma cirurgia 'mais extensa' do que é necessário para tratar sua doença é impressionante. Mulheres diagnosticadas com câncer de mama ficam naturalmente ansiosas e fazem de tudo ao seu alcance para lutar contra a doença," diz a autora do estudo, a médica Reshma Jagsi, professora da Universidade de Michigan (EUA).

"Então muitas das minhas pacientes me dizem que elas querem fazer tudo o que podem só para estarem lá para os seus filhos. Cabe a nós, como médicos, nos certificarmos de que elas entendam quais tratamentos vão realmente beneficiá-las, e quais ações podem parecer heroicas, mas na verdade não vão melhorar os resultados para uma típica mulher com câncer de mama em estágio precoce," acrescentou Reshma.

"As pacientes estão tendo percepções que realmente necessitam de ajustes. Os médicos precisam resolver esse problema de desinformação. As mulheres têm que entender tudo sobre a mastectomia profilática contralateral, além de compreenderem exatamente o que os cirurgiões estão dizendo a elas," disse o também autor do estudo, o médico Steven Katz.

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