Vantagens de ser bilíngue
Falar mais de um idioma pode ser diretamente traduzido como uma melhor saúde mental.
É o garantem Ellen Bialystok e seus colegas da Universidade de Iorque (Canadá), em um artigo publicado nesta quinta-feira na revista Cell Press.
Os pesquisadores descobriram que ser bilíngue pode oferecer proteção contra os sintomas da demência.
Como decorrência, sugerem eles, a crescente diversidade das populações no mundo contemporâneo pode ter um impacto positivo inesperado sobre a resiliência do cérebro adulto a longo prazo.
Flexibilidade mental
Vários estudos já confirmaram os benefícios de aprender um segundo idioma entre crianças.
"Em nosso trabalho, revisamos estudos recentes, usando tanto métodos comportamentais quanto de neuroimagens, para examinar os efeitos do bilinguismo na cognição de adultos," diz Bialystok.
Os resultados indicam que a necessidade de monitorar duas línguas, a fim de selecionar aquela que é apropriada em cada contexto, recruta regiões do cérebro que são críticas para a atenção geral e o controle cognitivo.
Usar essas redes de controle cognitivo para o processamento de dois idiomas parece reconfigurá-las e fortalecê-las, eventualmente aumentando a "flexibilidade mental" - a capacidade de se adaptar às mudanças e processar informações de forma mais eficiente.
Reserva cognitiva
Estudos analisados pela equipe também sugerem que falar dois idiomas melhora a "reserva cognitiva", o efeito protetor que estimular a atividade mental tem sobre o funcionamento cognitivo durante o envelhecimento.
A reserva cognitiva também pode adiar o início dos sintomas em pessoas que sofrem de demência.
Esta opinião é corroborada por estudos que mostram que os bilíngues que sofrem de Alzheimer demoram anos a mais a apresentar os sintomas do que as pessoas que falam apenas um idioma.
"Nossa conclusão é que a experiência ao longo da vida na gestão da atenção para duas línguas reorganiza redes específicas do cérebro, criando uma base mais eficaz para o controle executivo, sustentando um melhor desempenho cognitivo ao longo da vida," diz a Dra. Bialystok.
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