25/10/2012

Fumar no carro: abrir as janelas não adianta

Redação do Diário da Saúde

Fumaça

Fumar durante viagens de carro lança partículas prejudiciais à saúde no interior do automóvel em níveis que excedem as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A grande novidade é que isso ocorre mesmo quando as janelas estão abertas ou a circulação do ar condicionado está ligada.

Os níveis de exposição à fumaça podem afetar a saúde de todos os passageiros, mesmo os fumantes passivos, e mais especificamente as crianças, dizem os autores do estudo que realizou as aferições inéditas.

Material particulado

Os níveis de material particulado fino foram medidos a cada minuto no banco de trás durante viagens de carro típicas, feitas por fumantes e não fumantes, ao longo de um período de três dias.

Dezessete motoristas, 14 dos quais eram fumantes, fizeram um total de 104 viagens, com durações entre cinco e 70 minutos - a duração média das viagens foi de 27 minutos.

As viagens foram feitas em vários locais no oeste da Escócia e no leste da Inglaterra.

Viagens para fumantes e não fumantes

A média do material particulado no interior dos carros foi de 7,4 miligramas por metro cúbico (mg/m3) durante as "viagens não fumantes" - viagens nas quais ninguém fumava no carro.

O número saltou 10 vezes durante "viagens fumantes" - superando os 85 mg/m3.

Fazendo a média das piores leitura de cada viagem, os níveis de pico ficaram ao redor de 385 mg/m3 - o pior de todos os casos foi de 880 mg/m3.

O limite máximo recomendado de exposição a material particulado fino, segundo a OMS, é de 25 mg/m3.

Como esperado, quanto mais se fuma - quanto maior o número de cigarros fumados -, pior fica a situação no interior do carro.

Maior risco para crianças

Os fumantes tendem a abrir as janelas do carro para proporcionar um pouco de ventilação, mas os níveis de partículas excederam o limite máximo de segurança recomendadas pela OMS em algum momento durante todas as viagens de carro durante as quais alguém fumou.

"As crianças tendem a estar em maior risco de exposição [ao fumar passivo] devido às suas taxas de respiração mais rápidas, sistema imunológico menos desenvolvido e à sua incapacidade de se mover para longe da fonte em vários ambientes, em casa ou no carro," afirmaram os autores.

O estudo foi publicado no British Medical Journal.

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